sábado, 18 de outubro de 2008
porque?
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
jgo das trevas
domingo, 27 de abril de 2008
A VERDADE ESTERICA DO PECADO ORIGINAL
PECADO NATURAL O "pecado", a queda na carne, é um fenômeno natural, de caráter noético (espiritual, volitivo, metafísico), bio-fisio-químico e, até onde se sabe, absolutamente inevitável. Homens e anjos caem na matéria densa seguindo o mesmo processo pelo qual, no espaço cósmico, a matéria mais sutil e gasosa, girando em torno de um centro, passa de massa nebular, a esfera ígnea, a planeta hidroterrestre. Também o espírito-SER HUMANO, começa a existir como massa sutil informe e etérea, condensa-se paulatinamente, "ganha corpo" e depois sutiliza-se novamente retornando à condição de SER ESPÍRITO. No começo do processo era espírito puro e ignorante-inconsciente; no final, deverá ser espírito puro de sabedoria-consciente - em sânscrito, um Bodhisatva [corpo de sabedoria]. Essa teoria ou visão que recusa ao pecado qualidade de maldição faz parte do pensamento teosófico (budismo esotérico ocidental) e da doutrina hindu-budista de uma realidade regulada por uma lei de justa retribuição ou, mais tecnicamente, lei de ação-reação. O sexo é pecado porque é a principal característica das Humanidades que se encontram no estágio espiritual mais grosseiro; as humanidades encarnadas em corpos orgânicos, pesados, incômodo com seus apelos sensoriais que sugerem necessidades a todo instante. As doutrina arcaica ensina que a antropogênese é-foi simultânea à "cosmogênese" ou melhor dito, a Geogênese; a primeira humanidade começando a existir ao mesmo tempo em o planeta Terra começa a existir. Ao planeta no modo globo incandescente corresponde o homem informe incandescente ― ETÉREO. A queda na matéria começa pela matéria mais difusa e sutil, leve ― depois despenca mesmo em corpos materiais cada vez mais densos, o homem encarna-se (e ossifica-se) e padece os desconfortos das vidas para finalmente começar a eterizar-se, novamente e novamente... Também os planetas, evaporam-se lentamente... "Do pó ao pó" ― Meditemos.
SOFRO, LOGO EXISTO O pecado original é original porque é origem da primeiríssima manifestação SER-ESPÍRITO-MATÉRIA. É pecado pela relação entre transformação-mudança-movimento com um sofrer, e sofrer no sentido de experimentar ou, ainda, conhecer. Conhecer é experimentar; experimentar é sofrer; sofrer é pecar e pecar cansa. Por isso, todo pecador, um dia, vencido pela exaustão, quedar-se-á na imobilidade de um não-ser voluntário que é voltar a ser absolutamente solitário e puro, puríssimo.
A VERDADE ESOTERICA DO PECADO ORIGINAL
bruxaria e ocultismo
pacto com o diabo (5º parte)
PACTO EM ELIPHAS LEVI O ocultista Eliphas Levi, em Dogma e Ritual da Alta Magia, desaconselha, despreza e até ridiculariza práticas de magia negra encluindo o Pacto com Diabo. Não obstante, inclui em sua mais famosa obra comentário e descrição deste tipo de Pacto nos seguintes termos: Os evocadores do diabo devem, antes de tudo, ser da religião que admite um diabo criador e rival de Deus. Eis como procederá um firme crente na religião do diabo, para corresponder-se com seu pseudodeus (falso-deus). [Em primeiro lugar Levi deixa claro que qualquer "diabo" é uma criação do operado, entidade composta de fluidos astrais provenientes das próprias emanações energéticas sutis do magista]Aquele que afirma o diabo, cria ou faz o diabo. Para ser bem sucedido nas e vocações infernais, é preciso ter: 1º - Uma teimosia invencível2º - Uma consciência ao mesmo tempo endurecidano crime e muito acessível ao remorso e ao medo.3º - Uma ignorância parente ou natural.4º - Uma fé cega em tudo o que não é crível.5º - Uma idéia completamente falsa de Deus. (LEVI, 1995) Eliphas Levi destaca a necessidade de renegar a Deus posto que o Diabo é o principal adversário do Criador. A fim de efetivar esse ato de rejeição, o autor enumera complexos procedimentos tais como:1. PROFANAR as cerimônias do culto ou religião de origem e desrespeitar seus símbolos sagrados.2. JEJEUM: durante quize dias fazer somente uma refeição, sem sal e depois do crepúsculo: "esta refeição será de pão preto e sangue temperados com molho, também sem sal, de favas pretas, ervas leitosas e narcóticas.3. EMBEBEDAR-SE: A cada cinco dias, depois do crepúsculo, além da refeição, é preciso embebedar-se com vinho preparado com uma INFUSÃO feita com 5 cabeças de papoulas negras e cinco onças de linhaça triturada. Deixa-se descansar por cinco horas. A mistura deve, então, ser coada em uma toalha que tenha sido feita [ou que pertença a uma] por uma mulher, de preferência, prostituta.4. DIAS DA EVOCAÇÃO: Os dias propícios para a eocação do demônio são: na noite de segunda para terça-feira OU na virada entre a sexta-feira e o sábado.3. LOCAL DA EVOCAÇÃO: "É preciso procurar um lugar solitário e assombrado, tal como um cemitário freqüentado por maus espíritos, uma ruína temida, no campo, os fundos de um convento abandonado, o lugar onde foi cometido um assassinato, um altar druídico ou um antigo templo pagão."(LEVI, 1995 - p 346)3. VESTIMENTA: É preciso prover-se de uma roupa preta, sem costuras e sem manchas; um gorro ou capuz em tom de chumbo ornamentado com os signos da Lua, Vênus e Saturno. O mago negro deve também 3. OBJETOS E ACESSÓRIOS 02 velas de sebo humano colocadas em candelabros de madeira negra cortados em forma de crescente lunar. (Implica acesso a uma vítima humana, um morto recente.)- 02 coroas de Verbena.- 01 ou A espada mágica, de cabo preto.- 01 ou A forquilha mágica.- 01 fogareiro tripé (três pés)- Um vaso de cobre contendo o sangue da vítima (de quem se extraiu o sebo).- PERFUMES: Os perfumes são preparados para queima no fogareiro que fica no altar do círculo mágico. Na invocação do Demo, o operador deve levar uma caixa contendo incensos de cânfora, aloés, ambar-pardo e estorague, misturados e homegeneizados com sangue de bode, sangue de poupa e sangue de morcego.- 04 cravos tirados docaixão de um supliciado.- CABEÇA DE UM GATO PRETO alimentado com carne humana durante cinco dias.- Um MORCEGO morto por afogamento em sangue.- Os chifres de um bode que tenha sido seviciado pelo operador (!!!)- O crânio de um parricida.- A pele da vítima imolada, que forneceu sangue e sebo. Assim paramentado e e portando os objetos listados acima e estando no local, data e hora apropriados o operador, sozinho ou acompanhado de dois assistentes, deverá traçar o círculo mágico com a ponta da espada deixando uma ruptura ou "ponto de saída". A pele da vítima, cortada em faixas, devera ser disposta ao longo do círculo, formando um segundo círculo que será fixado com os quatro cravos do caixão de um supliciado.DENTRO DO CÍRCULO, deverá ser traçado, também com a espada, um triângulo equilátero. Este triângulo devela ser pigmentado com o sangue da vítima. O fogareiro deve ser colocado no vértice do triângulo queestará voltado para o Norte. Na BASE DO TRIÂNGULO, serão traçados três círculos, que demarcam o lugar onde deve ficar o operador (no centro) e seus assistentes. Com o próprio sangue, atrás do seu círculo, o operador deverá traçar, o símbolo de Constantino - que é um grande "P" com o traço vertical cortado por um "X" (ver figura acima).NOS pontos marcados pelos quatro cravos (pregos), fora do círculo, são colocados: a cabeça do gato, o crânio humano, os chifres do bode e o morcego. Tais objetos devem ser aspergidos com osangue da vítima. Depois, acende-se o fogo usando ramos de amieiro e cipestre. As duas velas são colocadas à direita e esquerda do operador, no centro das coroas de Verbena. Feito TUDO ISSO! o operador pronunciará as fórmulas de evocação, que são várias. Por exemplo, a Evocação do Grande Grimório Dragão Vermelho: Per Adonai Elohim, Adonai Jeova, Adonai Sabaoth, Metraton On Agla Adonai Mathom, vérbum pythónicum, mistérium salamándrae, convéntus sylphórum, antra gnomórum, doemónia Coeli Gad, Almousin, Gibor, Jehosua, Evam, Zariatnatmik - Veni, veni, veni!!! A "receita" indicada por Eliphas Levi, embora pareça algo inventado pelo pesquisador, de fato, está registrada em inúmeros livros de magia negra, os Grimórios ou Engrimanços, manuais repletos de fórmulas espetaculares e de difícil execução. Nos dias atuais estas dificuldades são ainda maiores no que diz respeito à obtenção da maior parte dos "ingredientes". Fica claro que um mago negro é alguém que tem de ser pervertido o suficiente para se permitir a prática das mais exóticas e inumanas aberrações e seu primeiro passo é tornar-se um assassino, posto que precisa de uma vítima humana para obter boa parte dos materiais que o pacto exige.Supondo que este mago negro suje suas mãos cometendo o homicídio, ainda assim terá um exaustivo trabalho para conseguir elementos como gato, morcego, chifres de bode seviciado e o crânio de um parricida, coisa complicada porque não há parricidas mortos e conhecidos em pencas por aí. A execução de uma "fórmula" como essa é tão complexa e arriscada que antes convida a desistir e esquecer uma empreitada que, se não fosse tão macabra, seria certamente a página apoteótica de uma crônica da "Magia Ridícula" e não é de admirar que o Diabo apareça para quem se preste a produção deste "espetáculo"; afinal, alguém que faz tais coisas, se não é louco, é quase; e a loucura pode engendrar todo tipo de alucinação inclusive a ilusão perfeita de uma visão de Satanás. ROMPENDO O PACTO Fazer o Pacto com o Diabo, como se viu acima, é uma operação bastante complexa e implica longa preparação física e mental. O caminho contrário, romper o Pacto, é bem mais simples; não exige substâncias exóticas, atos abjetos ou dispendiosos objetos. O indispensável para anular o Pacto é simplesmente 1. a FÉ. Fé em Deus, fé em uma inteligência justa diretora do Universo.; 2. um arrependimento sincero em relação atos praticados sob a inspiração do mal.As Lendas de São Cipriano e do arcediago Teófilo ilustram bem este fato. Cipriano, erudito e inteligente, ao perceber que o Sinal da Cruz impedia a ação de seus poderes demoníacos, deduziu de imediato que atrás do sinal havia uma doutrina-referência poderosa capaz de produzir uma auto-confiança inabalável, verdadeiro segredo de proteção contra feitiços de todo o tipo. Esta referência, que fortalece o campo energético protetor, no caso da vítima de Cipriano, era a vida do Chrestos Ocidental Jesus. Justina, a moça-alvo dos encantamentos do Mago de Antióquia, tornou-se invulnerável porque assumiu, pela fé, sua natural invulnerabilidade, em uma atitude que "fechou o seu corpo", ou seja, fechou o seu campo mental-espiritual para toda e qualquer influência externa. No caso do Bispo Teófilo, processo semelhante ocorreu: arrependimento sincero e fé inabalável no poder da Virgem Maria romperam o pacto. Diz a Lenda que certa tarde, em meio às orações na capela, onde havia várias pessoas, o pergaminho, documento-registro do Pacto, emanou de uma parede e, esvoaçando no aposento, foi parar nas mãos de Teófilo.Santo Alphonso Maria de Ligouri (1696-1787) ensina como romper acordos com o Malígno ainda que assinados com sangue. O procedimento é simples:1. Renunciar, abjurar, renegar qualquer pacto firmado com o Diabo, explicitamente, em declaração verbal íntima ou com testemunhas de confiança, de preferência um sacerdote.2. Destruir todos os escritos, fórmulas, talismãs, objetos encantados etc. relacionados à magia negra.3. Queimar o Pacto, se este foi registrado em documento escrito.4. Restituir bens ou renunciar a todos os bens ou privilégios obtidos por intermédio do Pacto e compensar quaisquer pessoas prejudicadas por causa do Pacto em todos os casos em que isso for possível. No folclore árabe existe a história de um mercador que tendo prosperado infinitamente graças a um Pacto com Satanás, ao findar o prazo de desfrute do acordo, depois de muito pensar, decidiu tentar um último golpe para se livrar da dívida e preservar sua alma. No dia determinado, quando apareceu o Malígno a fim de efetuar sua cobrança, foi recebido com desafio irresistível: uma última aposta, um jogo de xadrez! Se o mercador conseguisse superar o Demo no tabuleiro, estaria livre; se, ao contrário, perdesse a partida, suas penas seriam redobradas. Exímio enxadrista, tanto quanto seu oponente, o mercador conduziu a partida até se colocar em total desvantagem, na iminência de receber o xeque-mate. Mais uma jogada e o demônio encerraria o jogo. Porém, ao observar a mesa, ao invés de fazer o movimento final da vitória, a criatura infernal, arreganhando seus dentes pontiagudos, tomada de intenso furor, levantou-se abruptamente e proferindo mil maldições desapareceu numa explosão deixando no ar um forte cheiro de enxofre. Tranquilo, delicadamente o mercador concluiu o jogo e movendo uma peça em xeque-mate, viu que, como previra, formava-se no tabuleiro a imagem de uma cruz. O Diabo e seus Pactos são extremamente vulneráveis diante de qualquer símbolo do bem apresentado com verdadeira fé.
PACTO COM O DIABO (4º PARTE)
pacto com o diabo (3º parte)
FEITICEIRA DE BERKELEY Quando se fala na história dos Pactos com o Diabo, no Ocidente, a feiticeira de Berkeley é uma figura sempre lembrada, referência obrigatória pela originalidade de sua trajetória e desfecho fantástico de sua aventura. Esta mulher viveu na segunda metade do século XI (anos 1000) na pequena cidade de Berkeley, Inglaterra. Ao contrário das feiticeiras típicas do imaginário popular, a Senhora de Berkeley era bem conceituada em sua comunidade, mãe de família com muitos filhos e filhas, dois dos quais, os caçulas, eram dedicados à vida religiosa: o rapaz era monge e moça, freira. Além disso era uma mulher rica e caridosa embora fosse público e notório que dispunha de certos dons sobrenaturais. Em pleno período de repressão às modalidades de bruxaria, esta feiticeira conseguiu escapar de qualquer perseguição não obstante de sua fama de vidente capaz de ler o destino das pessoas na formação dos bandos de pássaros em vôo. Como animal de estimação, possuía um pequeno corvo.Durante uma tarde, o corvo morreu nos braços da dona. Um enorme apreenção apoderou-se da feiticeira que então, teria exclamado, aterrorizada: "Acabou-se! Minha fortuna se foi e a desgraça, sem demora, deve já bater à minha porta." Nem bem dissera tais palavras e um mensageiro chegou afogueado trazendo péssimas notícias: uma fatalidade, um acidente estúpido acabava de matar todos os filhos da Senhora de Berkeley, com exceção dos dois religiosos. Foi a estes sobreviventes que ela confessou: todas as suas riquezas e boa sorte na vida deviam-se a um terrível Pacto que firmara com o próprio Diabo, em sua juventude. Ela tentou anular os efeitos futuros do pacto usando os poderes que o Diabo lhe dera para a prática do bem mas, tendo estudado magia, justamente porque buscava um meio de se salvar, percebera que não havia como desfazer o malígno contrato mas poderia tentar um ritual póstumo que impedisse Satanás de cobrar a dívida. A morte do Corvo (na verdade, um demônio) era o sinal de que o prazo do Pacto findara e logo, ela mesma encontraria a morte, ocasião combinada com Demo para a entrega do penhor prometido, seu corpo e sua alma. Para evitar tamanha desgraça, instruía os filhos sobre como proceder em suas cerimônias fúnebres a fim de tentar evitar o mal definitivo: a eternidade no Inferno! O complexo ritual consistia nas seguintes providências e práticas: ...deveriam costurar seu cadáver num couro de veado e colocá-lo num sarcófago de pedra lacrado com chumbo derretido e amarrado com correntes. Cinquenta sacerdotes deveriam rezar a missa pela sua alma enquanto outros cinquenta deveriam cantar nênias para a proteção de seu corpo. Tudo isso deveria durar três dias e três noites. Todas as instruções foram meticulosamente observadas mas ...um bando de demônios invadiu a igreja, tanto na primeira como na segunda noite. Tentaram abrir o caixão mas foram rechaçados pelos efeitos combinados dos lacre de chumbo e do culto dos sacerdotes. Na terceira noite, contudo, um "horrendo espectro, um diabo de forma gigantesca e de semblante malígno" apareceu durante os últimos ritos e, ignorando o cântico frenético, berrou que a mulher tinha de ir com ele. Uma voz feminina foi ouvida e dizia que não se podia mover, pois estava bem segura no caixão lacrado. Com um sopro o diabo varreu os sacerdotes para os lados, rompeu as correntes e abriu o sepulcro. ... então, a figura tirou a velha mulher do caixão ...(HAINING, 1976 - p 26)
fausto
Magister Georgius Sabelius Faustus, como ele mesmo se apresentava viveu na Alemanha entre o final do século XV e começo do século XVI. Pouco se sabe sobre sua juventude e toda a sua biogrfia apresenta lacunas, períodos em ele simplesmnete desparece de cena. Porém, há registros históricos de que sua existência foi real. Em 1509, ele estava na Universidade de Heidelberg. Estudou Ciências Naturais na Polônia, tornou-se astrólogo e necromante ambulante, progrediu e, em 1520, estava na Corte de Jorge III, príncipe-bispo de Bamberg. Fausto era, então, "Astrólogo da Corte do Príncipe-Bispo.". Mas isso não durou. Em 1529 tinha mudado de emprego e endereço: era diretor de uma escola para rapazes em Nuremberg. Em 1532 foi expulso daquela cidade sob acusação de corrupção de jovens. A essa altura, Fausto assumia publicamente sua condição de feiticeiro. Em seu cartão de apresentação lia-se: "Fonte de Necromantes - Astrólogo - o Segundo dos Mágicos - Quiromante - Aeromante - Piromante - o Segundo em Hidromancia". Praticava magia como ofício e ganhava seu sustento fazendo horóscopos e outras vidências, vendendo filtros de amor e produzindo fenômenos "sobrenaturais". Não há dúvida de que era um estudioso das Ciências Ocultas e é realmente possível que tenha tentado recursos extremos para obter mais conhecimento. Entretanto, pagou alto preço pela sabedoria. Desde a Idade Média e mesmo durante a Renascença, era crença popular que os homens de muita ciência, os extraordinariamente inteligentes, eram, quase sempre, signatários de Pactos com o Diabo. No caso de Fausto, se já suspeitavam dele quando era vivo, depois de sua morte, violenta e misteriosa, espalhou-se rapidamente, na Alemanha a lenda do Dr. Faustus e seu Pacto com o Diabo. Em 1857, episídios de sua vida foram publicados em A História de Johann Faust ou O Livro de Fausto, autor anônimo, traduzido para várias línguas. A História Trágica da Vida e Morte do Dr. Fausto, peça teatral de Christopher Marlowe, estreou com sucesso em 1594. Nesta versão, Fausto, que decide fazer o Pacto porque deseja conhecer "todas as possibilidades da experiência humana" (GRANDES MISTÉRIOS, 1996 - p 292), arrepende-se mas não consegue se livrar do destino fatal e implora a Deus que seja abrandado seu futuro terrível:
Ah! se minh'alma tem de sofrer por seus pecadosCondede que termine essa dor incessante!Permita que Fausto viva mil anos no inferno,Cem mil anos! Mas que acabe por ser salvo. Muitos outros textos foram escritos baseados na lenda de Fausto e, especialmente, os lucrativos manuais de magia, muito procurados pela plebe que acreditava estar adquirindo fórmulas originais do célebre feiticeiro. Os manuais continham instruções tanto para realizar o Pacto com o Diabo quanto artimanhas para quebrar este Pacto, escapando das garras do Malígno. Três séculos depois da morte do misterioso ocultista, Johann Wolgang Goethe publicava a edição completa do seu Fausto, drama em verso que levou trinta anos para ser elaborado. Em Goethe, Fausto é um herói que fez o Pacto em um momento irrefletido, em meio a sua intensa busca de sabedoria; e porque sua ambição era compreender o sentido da vida humana, consegue, no fim, se livrar do acordo maldito, ou seja, é redimido pela nobreza de sua motivação. Na música, o personagem inspirou a cantata em drama A Danação de Fausto, de Hector Berlioz e a ópera Fausto, de Charles Gounod. De todos os episódios fabulosos que se contavam sobre Fausto, o Pacto com o Diabo era o tema preferido dos "fuxicos" do povo. Diziam que o prazo de validade do "contrato" fora fixado em vinte e quatro anos. Fora por causa do Pacto que Fausto pudera adquirir conhecimentos de magia e um homem misterioso, que sempre o acompanhava sendo apresentado como "cunhado", na verdade, era Mefistófeles, demônio perverso encarregado de auxiliar e ao mesmo tempo vigiar as ações de Fausto. As circunstâncias da morte do bruxo confirmavam que o prazo havia terminado e Satanás, efetivamente cobrara a alma prometida. Fausto teria reagido; estava arrependido, porém não houve apelo que demovesse o Belzebuh que destruiu o infeliz de forma cruel: As paredes da Estalagem do Leão estremeceram durante toda a noite. Guinchos, rugidos e um ruído surdo arrepiante aterrorizaram a vizinhança e só com a primeira luz da manhã o dono da estalagem se atreveu a bater na porta do quarto do estranho homem conhecido por Fausto. Não obtendo resposta, o estalajadeiro, tremendo, abriu a porta... e viu no chão, no meio da mobília destruída, o corpo do famoso feiticeiro, torcido, horrivelmente mutilado e desfigurado.(GRANDES MISTÉRIOS, p 288) Conta a lenda, que Mefistófeles fez questão de partir o pescoço do parceiro com as próprias mãos, e arrebatando-lhe a alma, entregou-a triunfante ao seu Mestre Supremo, Satanás, que imediatamente sujeitou o espírito amaldiçoado ao começo do que seria sua eterna condenação.
pacto com o diabo (2º parte)
PACTO DE GRANDIER
Urbain Grandier, foi o grande vilão do CASO DAS FREIRAS DE LOUDUN. Ele era a autoridadesuperior daquela paróquia e andava envolvido em escândalos sexuais. Quando as freiras doConvento de Loudun apresentaram sintomas de possessão, ou histeria, o padre foi acusado demagia negra: o povo acreditava que ele era o responsável pelos fenômenos e o inquérito apurouque Grandier estaria associado a dois demônios, Asmodeus e Zabulon, para produzir os ataques.Sessenta testemunhas fizeram acusações de adultérios, sacrilégios e outros crimes cometidosmesmo em recintos sagrados, dentro da Igreja. O processo de Urbain Grandier foi marcado porcontradições. Várias religiosas retiraram as denúncias e revelaram terem sido "instruídas" porsuperiores. O réu afirmou sua inocência, mesmo submetido a torturas, e manteve esta posição atéo momento final, na fogueira. Nos meses seguintes à morte de Grandier, vários de seus acusadoresmorrreram vitimados por doenças misteriosas e as freiras continuaram a padecer de convulsões
No processo jurídico-eclesiástico contra Urbain Grandier, acusado em 1633 de enfeitiçar as freiras de Loudun, consta que uma cópia do pacto, um documento escrito foi encontrado entre os papéis do réu, devassados depois de sua prisão. O costume de formalizar tais pactos por escrito foi instituído a partir do século XII (anos 1.100); até então, a maioria dos "acertos" com o Diabo era feita oralmente, na base da confiança mútua na palavra. O trato mais comum garantia que riquezas e honras seriam providenciados pelo Demo que, em paga, receberia a alma do feiticeiro depois de sua morte. O contrato estipulava um prazo para o desfrute das benesses; findo o prazo, o cobrador infalivelmente apareceria para cobrar o preço acertado. O "contrato" de Grandier ainda existe. Foi redigido em latim, da esquerda para direita, assinado com sangue, por mais de um demônio, e se encontra na Bibliothèque Nationale, em Paris. Diz o texto: Meu Senhor e Mestre, tenho-o como meu Deus; prometo servi-lo enquanto viver e, desde esta hora, renuncio a todos os outros deuses e Jesus Cristo e Maria e todos os Santos do Céu e à Igreja Católica Apostólica Romana e a todo o bem e preces que possam ser feitos por mim. Prometo adorá-lo e prestar-lhe homenagem pelo menos três vezes por dia e fazer o máximo de mal possível e levar ao mal tantas pessoas quanto possível; renuncio de coração ao Cristo, ao batismo e a todos os méritos de Jesus Cristo; no caso de desejar mudar, dar-lhe-ei meu corpo e minha alma e minha vida como garantia, tendo entregue tudo isso para sempre sem qualquer vontade de arrependimento. Assinado: Urbain Grandier, com seu sangue. (HAINING, 1971)
pacto com o diabo (1º parte)
sábado, 26 de abril de 2008
DRAGOES:MITOS E LENDAS (2º PARTE)
Em 1912, um aeronauta alemão acidentou-se na Ilha de de Komodo, Indonésia. Resgatado, relatou que tinha visto uma criatura monstruosa semelhante aos mitológicos dragões. Averiguações e filmagens revelaram a veracidade do fato: era um animal da família dos lacertídeos porém em tamanho gigante. O enorme lagarto, conhecido como dragão de Komodo, alcança 10 pés de comprimento, contando sua longa e vigorosa cauda, alimenta-se de carne putrefata e, eventualmente, pode atacar e matar pessoas. Há relatos não confirmados da existência de lagartos semelhantes na Nova Guiné. Apesar destas descobertas e de muitas mais, a arqueologia oficial não admite a existência de seres como dragões em qualquer época, embora nos ladrilhos babilônicos, nos murais pré-colombianos, na mitologia nórdica, nos desenhos japoneses, pagodes e monumentos, na Biblioteca Imperial de Pequim e em muitos outros documentos históricos figurem reproduções perfeitas de plesiossauros e pterodátilos. Na Bíblia, além do Apocalíptico Dragão Leviathan, o profeta Isaías (XXX:6) relata sua visão de uma "serpente voadora", a Saraph Mehophep, palavras que todos os dicionários hebreus traduzem assim: Saraph= veneno inflamado ou ardente; e Mehophep= voador. (BLAVATSKY, 2003 - p 224). A questão da veracidade ou não da existência remota de animais como os dragões assume maior importância quando relacionada com as dúvidas em torno da idade da raça humana sobre a Terra. Se as histórias e figuras de dragões são mais que fruto da imaginação dos povos, se forem vistos como registros de visões reais, como documentos históricos, por mais remota que seja a época a qual se refiram, isto seria uma prova da enorme antigüidade do homem sobre o planeta reforçando, inclusive, as teorias que falam de civilizações avançadas que desapareceram completamente, vitimadas por catástrofes. Os dragões seriam uma lembrança de tempos anteriores ao Dilúvio Bíblico; anteriores ao surgimento dos primeiros antropóides reconhecidos pela ciência atual, datados em 1 milhão e meio de anos atrás.
A FACE OCULTA DOS DRAGÕES A existência dos Dragões, como animais pré-históricos, contemporâneos a uma raça humana arcaica, pode ainda ser contestada mas sua realidade como elemento cultural, seu caráter de poderoso símbolo presente no imaginário popular e nas alegorias religiosas de todo o mundo, isto é um fato inegável. Rico em conteúdos semióticos, o Dragão, ora representa o bem, ora representa o mal. Uma visão geral do histórico dos Dragões mostra um ser paradoxal, que encarna, ao mesmo tempo, o bem e o mal. É o monstro que aterroriza os mortais, é a besta do Apocalipse, o aliado da Magia Negra, o raptor de donzelas medievais; mas também é um símbolo de sabedoria, força física, poder, proteção e boa fortuna. Este caráter, aparentemente multifacetado dos dragões é o resultado de milênios de sincretismos entre culturas de todo o mundo. O aspecto maligno do dragão é notavelmente acentuado no Ocidente, onde foi associado à figura do Diabo por conta de suas "aparições", quase sempre alegorias mal interpretadas, nas escrituras cristãs como no Apocalipse, onde é chamado Leviathan; nos evangelhos apócrifos: em Bartolomeu, surge submisso e, diante de Cristo e dos apóstolos, confessa suas maldades. Outras referências ao dragão diabólico são os embate com o Arcanjo Miguel e com São Jorge. No evangelho apócrifo de Bartolomeu, o "inimigo dos homens" é descrito assim: Belial subiu aprisionado por 6 064 anjos e atado com correntes de fogo. O dragão tinha de altura mil e seiscentos côvados e de largura, quarenta. Seu rosto era como uma centelha e seus olhos, tenebrosos. Do seu nariz saía uma fumaça mal-cheirosa e sua boca era como a face de um precipício....Bartolomeu, pois, se foi e pisou-lhe a cerviz, que trazia oculta até as orelhas, dizendo-lhe: — Dizei-me quem és tu e qual é teu nome....Respondeu Belial: — A princípio me chamava Satanail, que quer dizer mensageiro de Deus, Mas, desde que não reconheci a imagem de Deus, meu nome foi mudado para Satanás, que quer dizer anjo guardião do tártaro. In www.sobrenatural.org - 2005 Todavia, a simbologia tradicional se mantém. Os dragões jamais perderam seus atributos positivos e somente pela via das deturpações podem ser identificados com o mal. Ao contrário, o folclore envolvendo Dragões em guarda de tesouros é uma adaptação popular para os Dragões Guardiães do Éden, Guardiães da Árvore da Vida e da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Mesmo entre os judeus, são os Querubins designados pelo Criador para defender o Paraíso. Estes anjos, são descritos no Livro de Enoch com uma aparência zoomórfica, dotados de múltiplas asas, espadas flamejantes e face zoomórfica, entre o homem e o dragão. São, por isso, guardiães da Sabedoria e ainda abrigam outros significados: representam a energia cósmica criadora, a eternidade e o próprio Cosmos, que repousa enrodilhado sobre si mesmo, círculo de serenidade, e quando desperta em turbilhões, desdobrando suas espirais no infinito, manifestando-se em todas as coisas que existem no Universo.A imagem do Dragão associada à sabedoria contém uma mensagem de profundo alcance. A imagem diz que a Sabedoria não se relaciona com qualquer tipo de fraqueza. Não há conflito entre força, poder e felicidade, boa fortuna, compaixão e bom senso. O signo original, concebido em épocas insuspeitadas da história humana, referia-se à Regeneração Psíquica e à Imortalidade. Hermes considerava a serpente o mais espiritual de todos os seres. "Jesus admitiu a Serpente como sinônimo de Sabedoria, e um de seus ensinamentos, disse: Sede sábios como a serpente." Todos os povos simbolizaram o "Espírito de Deus" sob a forma de uma serpente de fogo que repousa sobre as águas primordiais até o dia do despertar, quando se expande por meio do verbo tomando a forma do leminiscato, a serpente que morde a própria cauda, representação do Universo, da Eternidade, do Infinito e da forma esférica dos corpos celestes. BLAVATSKY, 2001 - p 131