domingo, 27 de abril de 2008

A VERDADE ESTERICA DO PECADO ORIGINAL

A ESCADA QUE VAI AOS CÉUS É A MESMA QUE DESCE AOS INFERNOS No Universo, espaço infinito, subir e descer, direita ou esquerda, simplesmente não existem. O que existe é mudança de posição em relação a pontos de referência. A queda, como mudança de estado de ser representa, em termos de ciências naturais, o movimento característico e contínuo de todas-as-coisas. Ao invés de ascensão e decadência, o que acontece é um movimento circular [e, dizem, circular em espiral], de um estado a outro, do denso ao sutil, do sutil para o denso ― ESPÍRITO ―> MATÉRIA ―> ESPÍRITO. O "pecado" de cair adquire a conotação negativa em função do sofrimento decorrente da mudança de estado de matéria espiritual para ser espiritual-carnal. Textos religiosos de todo o mundo, com destaque para os orientais-asiáticos, muito antigos, falam da gradação distintiva dos seres, mais ou menos grosseiros. Na teologia cristã a hierarquia reconhece anjos, arcanjos, tronos, potestades, querubins etc.. As tradições indianas e tibetana se refere a esta gradação de seres distinguindo as seguintes categorias: 1. Budas [Iluminados] ― 2. Devas [anjos, deuses] ― 3. Asuras [semi-deuses, heróis e vilões] ― 4. Homens ― 5. Raksashas [demônios, revoltados] ― 6. Pretas [infelizes, almas penadas] ― 7. Vegetais e seres brutos minerais. O caminho da elevação do SER começa no reino do bruto e do vegetal e ascende à condição de Deva ou, mais refinado ainda, a condição de Buda (ser metafísico em Unidade com o Todo). Cada condição de ser é um degrau dessa escada. Os espíritos levam uma eternidade ― ou maha-avatara, manvatara, longo período de atividade do TODO ― para percorrer todos degraus. Eventualmente, pode ser necessário fazer um retorno no caminho para avançar com segurança depois.

PECADO NATURAL O "pecado", a queda na carne, é um fenômeno natural, de caráter noético (espiritual, volitivo, metafísico), bio-fisio-químico e, até onde se sabe, absolutamente inevitável. Homens e anjos caem na matéria densa seguindo o mesmo processo pelo qual, no espaço cósmico, a matéria mais sutil e gasosa, girando em torno de um centro, passa de massa nebular, a esfera ígnea, a planeta hidroterrestre. Também o espírito-SER HUMANO, começa a existir como massa sutil informe e etérea, condensa-se paulatinamente, "ganha corpo" e depois sutiliza-se novamente retornando à condição de SER ESPÍRITO. No começo do processo era espírito puro e ignorante-inconsciente; no final, deverá ser espírito puro de sabedoria-consciente - em sânscrito, um Bodhisatva [corpo de sabedoria]. Essa teoria ou visão que recusa ao pecado qualidade de maldição faz parte do pensamento teosófico (budismo esotérico ocidental) e da doutrina hindu-budista de uma realidade regulada por uma lei de justa retribuição ou, mais tecnicamente, lei de ação-reação. O sexo é pecado porque é a principal característica das Humanidades que se encontram no estágio espiritual mais grosseiro; as humanidades encarnadas em corpos orgânicos, pesados, incômodo com seus apelos sensoriais que sugerem necessidades a todo instante. As doutrina arcaica ensina que a antropogênese é-foi simultânea à "cosmogênese" ou melhor dito, a Geogênese; a primeira humanidade começando a existir ao mesmo tempo em o planeta Terra começa a existir. Ao planeta no modo globo incandescente corresponde o homem informe incandescente ― ETÉREO. A queda na matéria começa pela matéria mais difusa e sutil, leve ― depois despenca mesmo em corpos materiais cada vez mais densos, o homem encarna-se (e ossifica-se) e padece os desconfortos das vidas para finalmente começar a eterizar-se, novamente e novamente... Também os planetas, evaporam-se lentamente... "Do pó ao pó" ― Meditemos.

SOFRO, LOGO EXISTO O pecado original é original porque é origem da primeiríssima manifestação SER-ESPÍRITO-MATÉRIA. É pecado pela relação entre transformação-mudança-movimento com um sofrer, e sofrer no sentido de experimentar ou, ainda, conhecer. Conhecer é experimentar; experimentar é sofrer; sofrer é pecar e pecar cansa. Por isso, todo pecador, um dia, vencido pela exaustão, quedar-se-á na imobilidade de um não-ser voluntário que é voltar a ser absolutamente solitário e puro, puríssimo.

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