domingo, 27 de abril de 2008

A VERDADE ESOTERICA DO PECADO ORIGINAL

ADÃO & EVA A história de Adão e Eva, além de ter sido adotada por correntes religiosas periféricas ao judaísmo e ao cristianismo, possui numerosas releituras em todas as nações, caso muito semelhante à "História do Dilúvio de Noé". Tal como Noé, que muda de nome mas a identidade permanece a mesma, Adão e Eva também aparecem sob as mais exóticas roupagens culturais around the world mas sempre cometendo o pecado original. "Original" porque foi o primeiro, origem da série de pecados que seriam cometidos depois. Antes disso, nos Gênesis, sejam gregos ou católicos, os homens eram "puros", seja lá o que PURO possa significar! Mas eram puros e pelo que se pode deduzir dos relatos, ser puro era algo que incluía a "incapacidade" (?) ou a "não-disposição" e, ainda, talvez, não-habilitação (?) para cometer erros. É uma condição complexa. Não "poder" cometer erros implica não escolher nunca, nada, em hipótese alguma porque a origem do erro está na possibilidade de escolha. Mais ainda, não errar nunca, pressupõe não agir nunca, posto que toda ação é manifestação de escolha. Uma dor de cabeça isso tudo! Mas o fato é que no modelo padrão judaico-cristão, um homen, com o auxílio do desserviço fundamental de sua mulher, pecou! Eles viviam no Jardim do Éden, o paraíso! Em meio à liberdade do vento nos cabelos saltitando pelas campinas somente uma, uma só proibição havia: não comer do fruto de única árvore em um lugar repleto de jardins e pomares; uma regra apenas, e o jeca (mentecapto, retardado) do Adam conseguiu, na primeira escolha de sua vida eterna (!) optar pela decisão mais que terrivelmente errada! É de conhecimento amplo que a mulher Eva, começou a derrocada moral do casal quando colheu o fruto e, mais, quando mordeu o fruto, assim o fez com a intenção deliberada de praticar ação contrária à única advertência que o magnânimo Criador fez àqueles que deveriam ser a glória de sua Criação. Eva comeu e, ato contínuo, ofereceu a fruta ao companheiro, instituindo a máxima comportamental que diz: "Quem se ferra tem a incontornável tendência de ferrar o próximo que é para não se ferrar sozinho". Ora, Adam não tinha nenhuma força coerciva obrigando-o a decidir-se pelo erro. Sim, também ele sabia que comer o fruto daquela árvore era proibido e, no entanto, comeu! Milton, em Paraíso Perdido (um poema enorme!) procura minorar a conduta de flagrante desprezo a um imperativo; o Adam de Milton questiona, considera, medita, se lamenta, faz crochê mas acaba comendo a fruta; e, comeu, danou-se... O ouvinte primário dessa história perguntar-se-á, a essa altura, que porra de diabo de fruta é essa afinal! Há controvérsias; as versões mais ingênuas acreditam que tratava-se de uma maçã. Todavia, o que há de mais revelador sobre esse fruto é o nome da árvore: trata-se da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Pronto, essa informação singela é suficiente para iluminar todo o mistério dessa alegoria. SEXO O primeiro efeito produzido pela ingestão do fruto proibido foi, de fato, um conhecimento: "conheceram que estavam nus" ― ainda que jamais tivesse visto alguém vestido; foi um "conhecimento inato" de que estavam nus! E pior! Sentiram vergonha! Esconderam-se do Senhor! Essa nudez, assim relacionada com o conhecimento [em si mesmo] + o conhecimento ESPECÍFICO! de que estavam nús + o sentimento de vergonha suscita, imediatamente a pergunta: Vergonha de quê? Resulta na conclusão inevitável que: 1. Sendo a vergonha uma sensação desagradável 2. Sendo constatado que esta vergonha é, obviamente, decorrente do saberem-se nús! 3. Segue-se que EXISTE ALGO na nudez (em si?) que PRODUZ vergonha e se a vergonha é ruim LOGO nudez é ruim. Estar pelado é mal, muito mal! E em algum momento dessa meditação socio-bio-antropológica o Adam e Eve DESCOBRIRAM que o mal da nudez está no SEXO!!! A nudez expõe o sexo e mais! e pior! A nudez expõe o sexo e as zonas erógenas (parte do corpo cuja estimulação tátil faz a pessoa pensar em sexo)... Expõe às intempéries, à curiosidade seguida de apreciação (ou depreciação) estética de terceiros, expõe a estímulos decorrentes de contato eventual com outras pessoas e coisas e consigo mesmo etc., ou seja, estar, andar por aí pelado é um apelo ao despertar do desejo sexual. Um perigo! Porque a prática do sexo conduzirá, em algum momento ou circunstância, à ocorrência de gravidez. A gravidez produzirá um terceiro ser humano onde antes havia dois e isso, a reprodução dessa má idéia que é o ser humano, isso foi ― é ― e será um grande erro, um pecado, realmente! Mas esse não é o principal objeto deste ensaio tão delicado; o objetivo aqui é revelar o sentido esotérico, a realidade escondida na alegoria do "pecado original". Uma verdade muito mais significativa do que o mero exercício do instinto de reprodução em um instante fugaz de prazer sensual. A QUEDA "Naquele tempo havia anjos sobre a Terra" ― o Livro do Gênesis não foge à regra mitológica global. A tradição de um tempo remoto quando "deuses" viviam entre os homens faz parte do acervo de lendas de todos os povos. Deuses, anjos e outras criaturas fabulosas, personificação de forças da natureza e/ou de valores culturais. Esses deuses da Antiguidade são extremamente humanizados, sofrem paixões, prazeres e angústias. Os anjos do Gênesis bíblico são pecadores. Não bastasse o pecado da humanidade... Também os deuses sucumbiram à tentação: "enamoraram-se das filhas dos homens". Segundo o poeta Milton, uma reflexão do "Anjo Caído" explica a queda dos Anjos: O reinar justifica a ambição,Inda que seja no próprio inferno!É preferível reinar no infernoQue servir como escravos no céu! Mais uma vez, o sexo, o desejo sexual, despertando tais pensamentos, está centro da questão. Esses anjos engendraram uma "Raça" de híbridos, meio-divinos, meio-humanos. Em teologia cristã há muitas quedas; a primeira "queda" é do homem-humanidade no episódio "Adão e Eva"; a segunda "queda" é a "Queda dos Anjos". A queda de Adão, obra de Satanás [o inimigo dentro da pessoa, a vacilação]; a queda dos anjos, obra da liderança "do mais belo dos anjos". Lúcifer ― o Portador da Luz, conduziu os "anjos rebeldes". No caso de Adão-humanidade, a atitude pecadora ainda pode ser atribuída a uma "perda temporária dos sentidos"... Adão, realmente, não tinha experiência! Mas, no caso dos anjos, foi uma contravenção mesmo, violação de lei, submissão dos divinos ao desejo ― vil, muito vil! ― de "se misturar" com o humano pelo mais intimo [e IMPURO!] modo, a relação sexual. O pecado original, a queda de Adão é essencialmente igual à queda dos anjos: queda na matéria ou, mais especificamente, queda do status, de SER ESPIRITUAL para SER CARNAL. O espiritual é, a priori, superior ao carnal. Possivelmente isso se deve ao fato da MATÉRIA ESPIRITUAL ser mais resistente, durável, que a MATÉRIA CARNAL, efêmera, deteriorável, pulverizável, putrefável. Ambas são também chamadas de "queda na geração", porque ao sexo segue-se, eventualmente, a geração de semelhantes, os filhos - ou, a perpetuação da espécie. A procriação sexuada é a decadência da Criação. Mas é decadente no sentido de passar a SER em um grau INFERIOR de MODO DE VIDA ― Vida Carnal. Dizem os esotéricos que esse grau se refere à freqüência de VIBRAÇÃO da ENERGIA que CONSTITUI a matéria ― ou ALTA FREQÜÊNCIA ► PARA estado de SER ESPÍRITO ............................. [particular, quântico]BAIXA FREQÜÊNCIA ► PARA estado de SER CARNAL ............................. [orgânico-celular-molecular-atômico] A Queda significa uma mudança de ESTADO ONTOLÓGICO. Caiu de condição predominantemente espiritual para condição predominantemente carnal. Nas escrituras antigas, essa queda aparece como uma mudança para pior. Mudar é uma escolha dessas unidades energéticas pensantes que são "os espíritos" [ou as mônadas]. A escolha resulta da avaliação das perdas e ganhos implícitos na mudança. Adão-humanidade "tendeu" para a carne. Os "anjos rebeldes" assumiram a disposição de pagar o preço da carne: sofrimento, dor, limitações e outros incômodos.

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