domingo, 27 de abril de 2008

Atlântida, a ilha, situada a oeste das Colunas de Hércules. "Quando os deuses fizeram a partilha do mundo, a Atlântida coube a Netuno [Poseidon], que ali viveu em companhia de Cleito [ou Clito]. De sua união com a mortal nasceram dez filhos, dos quais o mais velho era Atlas. Atlas recebeu do pai a supremacia da ilha, que dividiu em 10 partes, tomou uma para si e dividiu as restantes entre seus irmãos. "Punida por seus vícios e seu orgulho, a Atlântida foi engolida pelo oceano". DICIONÁRIO DE MITOLOGIA GRECO-ROMANA. São Paulo: Abril Cultural, 1976. A mitologia ocidental reduz o continente ou Reino Atlante a uma ilha que teria submergido, engolida pelo oceano, nove mil anos antes da época de Sólon. Porém, Platão deixa claro que a ilha, além de ser tão grande quando "Líbia e Ásia juntas", era apenas uma parte do território Atlante, que se estendia em outras partes do mundo. A Atlântida de Platão seria o que restou de um continente muito mais antigo e os Atlantes, foram a quarta Raça humana, que povoou o mundo durante milhões de anos, até que se extinguiu no episódio relatado por Platão. Platão preservou a história de Atlântida naquele que é, hoje, um dos mais valiosos registros que nos chega da antiguidade. Platão viveu 400 anos antes do nascimento de Cristo, Seu ancestral, Sólon, foi um grande legislador em Atenas 600 anos antes da Era Cristã. Sólon visitou o Egito. Diz Plutarco: "Sólon deixou uma longa descrição em verso ou, melhor dizendo, um fabuloso relato sobre a Atlantic Island (Ilha Atlântica), que ele ouviu dos homens de ciência, em Saís, relato particularmente relacionado com os atenienses."Platão tencionava produzir uma grandiosa narrativa sobre a "Ilha Atlântica", uma fábula maravilhosa digna do relato de Sólon, uma história como nenhuma outra antes escrita; um deleite para escritor e um prazer ainda maior para o leitor. Mas a vida de Platão terminou antes que ele completasse o trabalho.Não há dúvida que Sólon esteve no Egito. Sua ausência em Atenas por mais de dez anos é claramente atestada em Plutarco. Há muitas razões para crer que, de fato, Sólon aprendeu muito com os sacerdotes egípcios. Era um homem com uma extraordinária força e pensamento penetrante, como atestam suas leis e seus "ditos". É bem possível que tenha começado em verso a história e a descrição de Atlantis, trabalho que deixou incompleto. O manuscrito de Sólon, muito possivelmente caiu nas mãos de Platão, seu sucessor e descendente, ele mesmo, Platão, sendo um estudioso, um pensador e um historiador, uma das mentes mais poderosas do mundo antigo. Um sacerdote egípcio teria dito a Sólon: "Vocês [gregos] não tem antiguidade de história [em termos de história] e nem têm a história da antiguidade; e Sólon compreendeu a vasta importância do registro daquele passado histórico, não apenas milhares de anos antes do tempo da civilização grega mas muitos milhares de anos antes do surgimento do Reino do Egito; e ficou [Sólon] muito ansioso para preservar para o seu mundo meio-civilizado ainda, aquela inestimável sabedoria do passado. Nós percebemos que não há melhor caminho para começar um livro sobre Atlantis do que reproduzindo por inteiro as informações que Platão preservou. É o que se segue:Crítias: Então, ouça Sócrates, esta estranha narrativa que, no entanto, certamente é verdadeira, bem como Sólon, que contou a história, e que foi o mais sábio entre os sete sábios. Ele era parente e grande amigo de meu avô, Drópidas, como ele mesmo disse em muitos de seus poemas; e Drópidas disse a Crítias, meu pai, que lembrava e nos contava sobre uma antiga e maravilhosa atuação dos atenienses que caiu no esquecimento, ao longo do tempo e da destruição da Raça Humana, e uma, em particular, que era a maior de todas as Raças, e o relato do que se passou será um testemunho adequado da nossa gratidão a vocês... Sócrates: Muito bom! E o quê é essa antiga e famosa proeza da qual Crítias falou e que não é mera lenda mas uma ação histórica do Estado Ateniense recontada por Sólon! Crítias: Eu vou contar uma velha história do mundo que ouvi de homem já bastante idoso; Crítias, na época, tinha quase noventa anos e eu dez anos de idade. Era o "dia de Apaturia", também chamado "dia de registro na juventude" [entrada na adolescência] no qual, de acordo com o costume, nossos pais conferiam-nos prêmios pela declamação de poemas e muitos de nós cantavam poemas de Sólon, que eram novidades naquele tempo. Um de nossa tribo, talvez porque fosse sua real opinião, ou talvez porque quisesse agradar Crítias, disse que na sua opinião [dele] Sólon não era apenas o mais sábio dos homens, porém era também o mais nobre dos poetas. O velho homem, eu me lembro bem, iluminou-se diante disso e falou, sorrindo: "Sim, Amynander, se Sólon tivesse, apenas, como outros poetas, feito da poesia o negócio de sua vida e tivesse completado o relato que trouxe com ele do Egito e não se sentisse compelido, em razão de fatos e perturbações que ele encontrou [instabilidade política] quando voltou a este país, empenhando-se, então, em atender a outras tarefas, [se tivesse escrito o poema sobre a coisas fabulosas que aprendeu no Egito] na minha opinião ele teria sido um poeta tão famoso quanto Homero ou Hesíodo.E sobre o quê era este poema, Crítias? perguntou alguém. Sobre a mais grandiosa ação já empreendida pelos atenienses e que deveria ser muito famosa mas o tempo e a destruição completa dos atores desse drama impediram que história chegasse até nós. "Conte-nos", disse outra pessoa, "conte-nos a história toda e de quem Sólon ouviu essa tradição".E ele começou: "No Delta Egípcio, o rio Nilo se divide, existe um certo distrito que é chamado Saís, e uma grande cidade do distrito, também chamada Saís, e essa é a cidade na qual nasceu o rei Amasis. Ali os cidadãos têm uma divindade fundadora: os egípcios a chamam de Neith mas eles dizem que é a mesma chamada pelos atenienses de "Atena". Os cidadãos desta cidade gostam muito dos atenienses e dizem que, de alguma forma, se relacionam com o povo de Atenas."Sólon, levado por Thrither [um sacerdote egípcio], foi recebido com grandes honras e perguntou aos sacerdotes qual dos mestres era o mais sábios em antiguidades [história antiga]; Sólon descobriu que nem ele nem qualquer outro heleno sabiam qualquer coisa de real valor sobre os tempos antigos.Em uma ocasião, quando estavam falando de antiguidades, ele [Sólon] começou a discorrer sobre coisas de outros tempos quando nossa parte do mundo, o Phoroneus, que é chamado "o primeiro", e sobre Níobe e depois sobre o Dilúvio; falou sobre a vida de Deucalião e Pirra e traçou a genealogia de seus descendentes, a linha do tempo, as datas dos eventos aos quais se referia. Thereupon, um dos sacerdotes, que era muito velho, disse: "Oh, Sólon, Sólon, vocês helenos são como crianças e não há homens velhos entre os helenos." – Diante disso, disse Sólon: "O que você quer dizer com isso?"– Quero dizer o que disse; que em termos de mentalidade vocês são muito jovens. Não há entre vocês idéias ancoradas em ciências antigas ou antigas tradições; e eu lhes dizer a razão disso: aconteceram e novamente acontecerão muitas destruições da raça humana deflagradas por muitas causas. Existe uma estória que vocês devem ter preservado, sobre Faetonte, o filho de Hélios, que sem saber conduzir os cavalos, tomou a carruagem de seu pai para percorrer o caminho que Hélios fazia todos os dias e provocou um grande desastre, queimando tudo na face da Terra.Hoje, isso é uma expressão em forma de mito, mas, de fato, significa o declínio dos corpos que se movem em torno da Terra e nos céus; uma conflagração recorrente, que acontece em longos intervalos de tempo; quando isso acontece, aqueles que vivem nas montanhas e em outros lugares secos, estão mais sujeitos à destruição do que aqueles que vivem à margem dos rios, dos lagos ou do mar. Mas, por outro lado, quando os deuses purgam a terra pela água [e não pelo fogo, como Faetonte],então os pastores, os montanheses, são os sobreviventes e perecem os que vivem nas cidades, próximos aos rios e fontes, a beira-mar; são levados pelas enchentes, submergem no oceano. Mas nesse país, nem nesse tempo nem em qualquer outro a água veio do alto sobre os campos, tendo sempre a tendência de vir de baixo, razão pela qual as coisas preservadas aqui são as mais antigas.O fato é que a Raça Humana, a população, cresce em certas épocas e decresce em outras e o que sempre aconteceu em seu país e no nosso ou em qualquer outra região da qual tenhamos conhecimento, todos os feitos grandes e nobres ou qualquer outro evento memorável, tudo o que tem sido escrito sobre os acontecimentos do passado, está preservado em nossos templos. Enquanto vocês [gregos] e outras nações mantêm escrituras e somente estes registros que interessam ao estado, no momento presente, ignoram que a pestilência [a catástrofe] pode estar vindo dos céus para dizimar todos e deixar apenas aqueles dentre vocês que são destituídos das letras e da educação e assim, deste modo, vocês têm de começar tudo novamente, como crianças, sem nada saber do aconteceu nos tempos mais antigos, entre nós [o Egito] e entre vocês mesmos [gregos].As genealogias de vocês, gregos, que você Sólon nos tem contado, são relatos de crianças porque, em primeiro lugar, vocês se lembram de um dilúvio apenas, quando existiram muitos deles; em segundo lugar, vocês ignoram que habitaram em sua terra os homens da mais nobre e bela raça que jamais existiu, raça da qual você e seu povo são os descendentes. Isso é desconhecido por vocês porque muitas gerações de sobreviventes da destruição morreram sem deixar qualquer vestígio. Houve um tempo, Sólon, antes do maior dilúvio de todos, quando a cidade que hoje é Atenas era a primeira nas guerras e proeminente pela excelência de suas leis, pelos feitos notáveis, pela constituição magnífica de seus cidadãos.Maravilhado, Sólon queria saber mais sobre aquela raça e aquele tempo. "Todos vocês são bem-vindos para ouvir sobre eles, Sólon" – disse o sacerdote – "por você mesmo, pela cidade e, sobretudo, pela glória da deusa que é protetora e civilizadora [educadora] de ambas as cidades [Atenas e Saís]. Ela fundou sua cidade mil anos antes da nossa, recebendo da Terra e Efaistos a semente de sua raça; e depois, fundou a nossa, um fato que está preservado em nossos registros sagrados como acontecido há oito mil anos atrás, como ensinaram os cidadãos de nove mil anos atrás. Eu informarei brevemente a você sobre suas leis e a nobreza de seus feitos conforme as escrituras sagradas deles mesmos. Se você comparar estas leis com as suas próprias verá muitas das nossas leis são contrapartida das suas.Existe uma casta de sacerdotes, que é separada de todas as outras; depois vêm os artesãos, que exercem suas muitas artes e não se misturam com as outras castas; e também existe a classe dos pastores e dos caçadores bem como a dos agricultores. Você observará que os guerreiros no Egito são separados de outras classes e são comandados pela lei da guerra e são equipados com escudos e lanças e a deusa fala primeiro entre vocês, e então, aos países asiáticos e nós, entre os asiáticos, fomos os primeiros a adotar essas leis.Sabiamente, você notará o cuidado da lei com o mais puro, buscando e compreendendo toda ordem de coisas, da profecia, a medicina e todos os elementos necessários à vida humana e todo tipo de conhecimento relacionado. Essa ordem de coisas foi estabelecida pela deusa e dada a vocês quando estabeleceram sua cidade; e ela escolheu este lugar da Terra, onde você nasceu, porque ali viu o arranjo harmonioso das estações e viu que aquela terra produziria os mais sábios dos homens.A deusa, que amava a guerra e a sabedoria escolheu aqueles que seriam semelhantes a ela mesma; e ali vocês se estabeleceram com suas leis, que ainda são as melhores, e excedem toda a raça humana nesta virtude e eram os filhos e os discípulos dos deuses. Grandes e maravilhosos feitos de seu Estado foram registrados em nossa história mas um deles supera a todos em grandeza e valor. Foi quando uma força muito poderosa e agressiva levantou-se contra a Europa e Ásia mas sua cidade pôs um fim ao terror. Esta força veio do oceano Atlântico, naqueles dias em que o Atlântico era navegável; e existia uma ilha situada em frente ao estreito [estreito de Gibraltar] que vocês denominam Colunas de Hércules. A ilha era maior que a Líbia e a Ásia juntas e era o caminho para outras ilhas através das quais era possível atravessar e chegar ao outro lado do continente que era cercado pelo verdadeiro oceano [passando do Mediterrâneo ao Atlântico]. O mar interior do estreito de Hércules (Gibraltar) era apenas um porto com uma entrada estreita; do outro lado, era o verdadeiro mar e a terra, ali, podia verdadeiramente ser chamada de "continente". Estreito de Gibraltar, ponto de referência na localização do continente-ilha submerso chamado de Atlantis ou Atlântida, segundo Platão. Ligando o mar Mediterrâneo ao oceano Atlântico, a passagem de Gibraltar teria sido aberta pelo mitológico herói grego Hércules e suas margens são as "colunas de Hércules", a última fronteira do mundo para os navegadores do Mediterrâneo na antiguidade clássica. Então, na ilha de Atlantis existiu um grande e maravilhoso império, que tinha leis vigentes em toda a "ilha-continente" e em muitas outras além de partes da Líbia, "dentro" das colunas de Hércules tão distantes do Egito e da Europa quanto do Tirreno [parte ocidental do mar Mediterrâneo]. O vasto poder [de Atlantis] empenhou-se, então, em subjugar de um só golpe nosso país e os seus [as cidades-estado gregas] e toda a terra nos limites do estreito; e então, Sólon, seu país [Atenas] brilhou à frente de todos, na excelência de sua virtude e força, por sua bravura e perícia militar; [Atenas] liderou os helenos; e quando não havia esperança de trégua, quando compelida a estar sozinha, submetida a um grande perigo, Atenas derrotou e triunfou sobre os invasores e manteve à salvo da escravidão aqueles que ainda não tinham sido subjugados e libertou todos os outros que habitavam os limites de Hércules [área do mediterrâneo, estreito de Gibraltar]. Posteriormente aconteceram terremotos violentos e inundações e em apenas um dia e uma noite de tempestades (chuvas) Atlântida e todo o seu povo foram tragados pelo oceano. Esta é a razão pela qual naquela parte, o mar é inavegável, intransponível, porque está saturado de lama.E eu gostaria de invocar Mnemosine (Memória) porque parte significativa do que tenho para contar depende do favor da deusa das recordações, para que possa recontar tudo o que disseram os sacerdotes e que Sólon trouxe consigo. Deixem-me começar observando que, os nove mil anos que mencionei são um resumo dos anos que tinham se passado desde o começo da guerra entre os que habitavam para além das coluna de Hércules e aqueles que habitavam "dentro" do estreito. De um lado os combatentes da cidade de Atenas e seus aliados; do outro, os reis da Ilhas de Atlantis, que outrora tinham sob seu poder um território maior que a Líbia e a Ásia; território que desapareceu entre tremores de terra e maremotos que tornaram o Atlântico praticamente inacessível. A história se desenrola e entram em cena numerosas tribos bárbaras e Helenos que existiam então. Mas devo ainda descrever os Atenienses tal como eram naqueles dias e seus inimigos e ainda o poder e a forma de governo de cada um. Comecemos pelos atenienses...Muitos grandes dilúvios aconteceram durante aqueles nove mil anos... Os deuses repartiram entre si toda a Terra em diferentes porções. Ergueram templos, fizeram sacrifícios. Poseidon recebeu a ilha de Atlantis; o deus tinha filhos com uma mortal e instalou, mulher e filhos, em uma parte da ilha; na costa, voltada para o oceano, existia uma planície muito fértil. Próximo, no centro da ilha, havia uma montanha não muito alta. Nesta montanha habitavam os primeiros mortais deste país: um casal, ele chamado Evanor e ela Leucipa. Tinham uma única filha, Cleito.Quando a donzela se tornou mulher, seus pais morreram e foi por ela que Poseidon se apaixonou e teve filhos com ela. Ela morava na montanha da planície, que foi cercada de canais circulares e concêntricos, alternando faixas de terra e água. Havia três faixas de água e duas de terra... [Os filhos]... eram cinco pares de gêmeos varões. Atlantis foi dividida em dez regiões: o mais velho do primeiro par, chamado Atlas, ficou com a ilha-colina onde morava sua mãe, que era um lugar magnífico e nomeado de Atlantic [Atlântica ou Atlântida]; e Atlas ficou sendo o rei de todo império. Os outros irmãos foram feitos príncipes por Poseidon. Eles governariam todos os homens. O gêmeo de Atlas, Gades ou Gaderius, ficou com terras interiores das colunas de Hércules.O segundo par de gêmeos eram Ampheres e Evaernon; o terceiro, Mneseus e Autochthon [Autóctone]; o quarto par de gêmeos, Elasipo e Mestor; e o quinto, Azaes e Diaprepes. Todos estes e seus descendentes foram governantes de numerosas ilhas em mar aberto e também já foi dito que eles migraram para lugares distantes das colunas de Hércules, muito além do Tirreno e do Egito.Atlas tinha, então, uma família numerosa e honrada e seus descendentes mantiveram o reino por muitas gerações e detinham muitas riquezas, tantas quantas jamais foram possuídas por outros reis e potentados. Muitas especiarias eram trazidas de países estrangeiros mas a ilha era auto-suficiente e fornecia tudo que era necessário a uma vida confortável. O subsolo possuía minerais e um precioso metal do qual hoje só resta o nome: orichalcum. Também havia florestas abundantes de onde se extraía a madeira e campos que alimentavam pessoas e animais domésticos e selvagens. Havia um grande número de elefantes na ilha Atlântica e outros variados tipos de animais, de lagos e montanhas, rios e planícies. [Os atlânticos possuíam também deliciosas] ... fragrâncias, perfumes, extraídos de raízes, ervas, flores e frutas. [Havia pomares ... e templos, palácios, portos, docas.[Ainda na ilha]... os palácios no interior da cidadela eram construídos com um templo, dedicado a Cleito e Poseidon no centro, extremamente inacessível e rodeado de ouro; foi o lugar onde nasceram os dez príncipes e onde eram realizados rituais anuais... Todo o exterior do templo era coberto de prata, e os pináculos [torres] de ouro. O interior do templo era de mármore decorado com ouro, prata e orichalcum... estátuas de ouro, como a do próprio deus [Poseidon] em sua carruagem de seis cavalos alados, cercado de Nereidas e golfinhos... Do lado de fora, rodeando o templo, havia vinte estátuas de ouro, representando os príncipes e suas mulheres... Havia fontes de água quente e fria... Havia muitos templos dedicados a muitos deuses... jardins e lugares para o laser. Alguns somente para os homens... [e havia haras, pistas para cavalos]... As docas estavam sempre repletas de naus trirremes e armazéns por onde circulavam mercadores de todo o mundo... ― O TEXTO DE PLATÃO TERMINA ABRUPTAMENTE

A VERDADE ESTERICA DO PECADO ORIGINAL

A ESCADA QUE VAI AOS CÉUS É A MESMA QUE DESCE AOS INFERNOS No Universo, espaço infinito, subir e descer, direita ou esquerda, simplesmente não existem. O que existe é mudança de posição em relação a pontos de referência. A queda, como mudança de estado de ser representa, em termos de ciências naturais, o movimento característico e contínuo de todas-as-coisas. Ao invés de ascensão e decadência, o que acontece é um movimento circular [e, dizem, circular em espiral], de um estado a outro, do denso ao sutil, do sutil para o denso ― ESPÍRITO ―> MATÉRIA ―> ESPÍRITO. O "pecado" de cair adquire a conotação negativa em função do sofrimento decorrente da mudança de estado de matéria espiritual para ser espiritual-carnal. Textos religiosos de todo o mundo, com destaque para os orientais-asiáticos, muito antigos, falam da gradação distintiva dos seres, mais ou menos grosseiros. Na teologia cristã a hierarquia reconhece anjos, arcanjos, tronos, potestades, querubins etc.. As tradições indianas e tibetana se refere a esta gradação de seres distinguindo as seguintes categorias: 1. Budas [Iluminados] ― 2. Devas [anjos, deuses] ― 3. Asuras [semi-deuses, heróis e vilões] ― 4. Homens ― 5. Raksashas [demônios, revoltados] ― 6. Pretas [infelizes, almas penadas] ― 7. Vegetais e seres brutos minerais. O caminho da elevação do SER começa no reino do bruto e do vegetal e ascende à condição de Deva ou, mais refinado ainda, a condição de Buda (ser metafísico em Unidade com o Todo). Cada condição de ser é um degrau dessa escada. Os espíritos levam uma eternidade ― ou maha-avatara, manvatara, longo período de atividade do TODO ― para percorrer todos degraus. Eventualmente, pode ser necessário fazer um retorno no caminho para avançar com segurança depois.

PECADO NATURAL O "pecado", a queda na carne, é um fenômeno natural, de caráter noético (espiritual, volitivo, metafísico), bio-fisio-químico e, até onde se sabe, absolutamente inevitável. Homens e anjos caem na matéria densa seguindo o mesmo processo pelo qual, no espaço cósmico, a matéria mais sutil e gasosa, girando em torno de um centro, passa de massa nebular, a esfera ígnea, a planeta hidroterrestre. Também o espírito-SER HUMANO, começa a existir como massa sutil informe e etérea, condensa-se paulatinamente, "ganha corpo" e depois sutiliza-se novamente retornando à condição de SER ESPÍRITO. No começo do processo era espírito puro e ignorante-inconsciente; no final, deverá ser espírito puro de sabedoria-consciente - em sânscrito, um Bodhisatva [corpo de sabedoria]. Essa teoria ou visão que recusa ao pecado qualidade de maldição faz parte do pensamento teosófico (budismo esotérico ocidental) e da doutrina hindu-budista de uma realidade regulada por uma lei de justa retribuição ou, mais tecnicamente, lei de ação-reação. O sexo é pecado porque é a principal característica das Humanidades que se encontram no estágio espiritual mais grosseiro; as humanidades encarnadas em corpos orgânicos, pesados, incômodo com seus apelos sensoriais que sugerem necessidades a todo instante. As doutrina arcaica ensina que a antropogênese é-foi simultânea à "cosmogênese" ou melhor dito, a Geogênese; a primeira humanidade começando a existir ao mesmo tempo em o planeta Terra começa a existir. Ao planeta no modo globo incandescente corresponde o homem informe incandescente ― ETÉREO. A queda na matéria começa pela matéria mais difusa e sutil, leve ― depois despenca mesmo em corpos materiais cada vez mais densos, o homem encarna-se (e ossifica-se) e padece os desconfortos das vidas para finalmente começar a eterizar-se, novamente e novamente... Também os planetas, evaporam-se lentamente... "Do pó ao pó" ― Meditemos.

SOFRO, LOGO EXISTO O pecado original é original porque é origem da primeiríssima manifestação SER-ESPÍRITO-MATÉRIA. É pecado pela relação entre transformação-mudança-movimento com um sofrer, e sofrer no sentido de experimentar ou, ainda, conhecer. Conhecer é experimentar; experimentar é sofrer; sofrer é pecar e pecar cansa. Por isso, todo pecador, um dia, vencido pela exaustão, quedar-se-á na imobilidade de um não-ser voluntário que é voltar a ser absolutamente solitário e puro, puríssimo.

A VERDADE ESOTERICA DO PECADO ORIGINAL

ADÃO & EVA A história de Adão e Eva, além de ter sido adotada por correntes religiosas periféricas ao judaísmo e ao cristianismo, possui numerosas releituras em todas as nações, caso muito semelhante à "História do Dilúvio de Noé". Tal como Noé, que muda de nome mas a identidade permanece a mesma, Adão e Eva também aparecem sob as mais exóticas roupagens culturais around the world mas sempre cometendo o pecado original. "Original" porque foi o primeiro, origem da série de pecados que seriam cometidos depois. Antes disso, nos Gênesis, sejam gregos ou católicos, os homens eram "puros", seja lá o que PURO possa significar! Mas eram puros e pelo que se pode deduzir dos relatos, ser puro era algo que incluía a "incapacidade" (?) ou a "não-disposição" e, ainda, talvez, não-habilitação (?) para cometer erros. É uma condição complexa. Não "poder" cometer erros implica não escolher nunca, nada, em hipótese alguma porque a origem do erro está na possibilidade de escolha. Mais ainda, não errar nunca, pressupõe não agir nunca, posto que toda ação é manifestação de escolha. Uma dor de cabeça isso tudo! Mas o fato é que no modelo padrão judaico-cristão, um homen, com o auxílio do desserviço fundamental de sua mulher, pecou! Eles viviam no Jardim do Éden, o paraíso! Em meio à liberdade do vento nos cabelos saltitando pelas campinas somente uma, uma só proibição havia: não comer do fruto de única árvore em um lugar repleto de jardins e pomares; uma regra apenas, e o jeca (mentecapto, retardado) do Adam conseguiu, na primeira escolha de sua vida eterna (!) optar pela decisão mais que terrivelmente errada! É de conhecimento amplo que a mulher Eva, começou a derrocada moral do casal quando colheu o fruto e, mais, quando mordeu o fruto, assim o fez com a intenção deliberada de praticar ação contrária à única advertência que o magnânimo Criador fez àqueles que deveriam ser a glória de sua Criação. Eva comeu e, ato contínuo, ofereceu a fruta ao companheiro, instituindo a máxima comportamental que diz: "Quem se ferra tem a incontornável tendência de ferrar o próximo que é para não se ferrar sozinho". Ora, Adam não tinha nenhuma força coerciva obrigando-o a decidir-se pelo erro. Sim, também ele sabia que comer o fruto daquela árvore era proibido e, no entanto, comeu! Milton, em Paraíso Perdido (um poema enorme!) procura minorar a conduta de flagrante desprezo a um imperativo; o Adam de Milton questiona, considera, medita, se lamenta, faz crochê mas acaba comendo a fruta; e, comeu, danou-se... O ouvinte primário dessa história perguntar-se-á, a essa altura, que porra de diabo de fruta é essa afinal! Há controvérsias; as versões mais ingênuas acreditam que tratava-se de uma maçã. Todavia, o que há de mais revelador sobre esse fruto é o nome da árvore: trata-se da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Pronto, essa informação singela é suficiente para iluminar todo o mistério dessa alegoria. SEXO O primeiro efeito produzido pela ingestão do fruto proibido foi, de fato, um conhecimento: "conheceram que estavam nus" ― ainda que jamais tivesse visto alguém vestido; foi um "conhecimento inato" de que estavam nus! E pior! Sentiram vergonha! Esconderam-se do Senhor! Essa nudez, assim relacionada com o conhecimento [em si mesmo] + o conhecimento ESPECÍFICO! de que estavam nús + o sentimento de vergonha suscita, imediatamente a pergunta: Vergonha de quê? Resulta na conclusão inevitável que: 1. Sendo a vergonha uma sensação desagradável 2. Sendo constatado que esta vergonha é, obviamente, decorrente do saberem-se nús! 3. Segue-se que EXISTE ALGO na nudez (em si?) que PRODUZ vergonha e se a vergonha é ruim LOGO nudez é ruim. Estar pelado é mal, muito mal! E em algum momento dessa meditação socio-bio-antropológica o Adam e Eve DESCOBRIRAM que o mal da nudez está no SEXO!!! A nudez expõe o sexo e mais! e pior! A nudez expõe o sexo e as zonas erógenas (parte do corpo cuja estimulação tátil faz a pessoa pensar em sexo)... Expõe às intempéries, à curiosidade seguida de apreciação (ou depreciação) estética de terceiros, expõe a estímulos decorrentes de contato eventual com outras pessoas e coisas e consigo mesmo etc., ou seja, estar, andar por aí pelado é um apelo ao despertar do desejo sexual. Um perigo! Porque a prática do sexo conduzirá, em algum momento ou circunstância, à ocorrência de gravidez. A gravidez produzirá um terceiro ser humano onde antes havia dois e isso, a reprodução dessa má idéia que é o ser humano, isso foi ― é ― e será um grande erro, um pecado, realmente! Mas esse não é o principal objeto deste ensaio tão delicado; o objetivo aqui é revelar o sentido esotérico, a realidade escondida na alegoria do "pecado original". Uma verdade muito mais significativa do que o mero exercício do instinto de reprodução em um instante fugaz de prazer sensual. A QUEDA "Naquele tempo havia anjos sobre a Terra" ― o Livro do Gênesis não foge à regra mitológica global. A tradição de um tempo remoto quando "deuses" viviam entre os homens faz parte do acervo de lendas de todos os povos. Deuses, anjos e outras criaturas fabulosas, personificação de forças da natureza e/ou de valores culturais. Esses deuses da Antiguidade são extremamente humanizados, sofrem paixões, prazeres e angústias. Os anjos do Gênesis bíblico são pecadores. Não bastasse o pecado da humanidade... Também os deuses sucumbiram à tentação: "enamoraram-se das filhas dos homens". Segundo o poeta Milton, uma reflexão do "Anjo Caído" explica a queda dos Anjos: O reinar justifica a ambição,Inda que seja no próprio inferno!É preferível reinar no infernoQue servir como escravos no céu! Mais uma vez, o sexo, o desejo sexual, despertando tais pensamentos, está centro da questão. Esses anjos engendraram uma "Raça" de híbridos, meio-divinos, meio-humanos. Em teologia cristã há muitas quedas; a primeira "queda" é do homem-humanidade no episódio "Adão e Eva"; a segunda "queda" é a "Queda dos Anjos". A queda de Adão, obra de Satanás [o inimigo dentro da pessoa, a vacilação]; a queda dos anjos, obra da liderança "do mais belo dos anjos". Lúcifer ― o Portador da Luz, conduziu os "anjos rebeldes". No caso de Adão-humanidade, a atitude pecadora ainda pode ser atribuída a uma "perda temporária dos sentidos"... Adão, realmente, não tinha experiência! Mas, no caso dos anjos, foi uma contravenção mesmo, violação de lei, submissão dos divinos ao desejo ― vil, muito vil! ― de "se misturar" com o humano pelo mais intimo [e IMPURO!] modo, a relação sexual. O pecado original, a queda de Adão é essencialmente igual à queda dos anjos: queda na matéria ou, mais especificamente, queda do status, de SER ESPIRITUAL para SER CARNAL. O espiritual é, a priori, superior ao carnal. Possivelmente isso se deve ao fato da MATÉRIA ESPIRITUAL ser mais resistente, durável, que a MATÉRIA CARNAL, efêmera, deteriorável, pulverizável, putrefável. Ambas são também chamadas de "queda na geração", porque ao sexo segue-se, eventualmente, a geração de semelhantes, os filhos - ou, a perpetuação da espécie. A procriação sexuada é a decadência da Criação. Mas é decadente no sentido de passar a SER em um grau INFERIOR de MODO DE VIDA ― Vida Carnal. Dizem os esotéricos que esse grau se refere à freqüência de VIBRAÇÃO da ENERGIA que CONSTITUI a matéria ― ou ALTA FREQÜÊNCIA ► PARA estado de SER ESPÍRITO ............................. [particular, quântico]BAIXA FREQÜÊNCIA ► PARA estado de SER CARNAL ............................. [orgânico-celular-molecular-atômico] A Queda significa uma mudança de ESTADO ONTOLÓGICO. Caiu de condição predominantemente espiritual para condição predominantemente carnal. Nas escrituras antigas, essa queda aparece como uma mudança para pior. Mudar é uma escolha dessas unidades energéticas pensantes que são "os espíritos" [ou as mônadas]. A escolha resulta da avaliação das perdas e ganhos implícitos na mudança. Adão-humanidade "tendeu" para a carne. Os "anjos rebeldes" assumiram a disposição de pagar o preço da carne: sofrimento, dor, limitações e outros incômodos.

bruxaria e ocultismo

As palavras de uma língua, signos de idéias, de coisas (coisas-em-si), são instrumentos de expressão que servem e pertencem aos falantes da língua. A linguística é ciência útil porém Palavras não se acomodam jamais à imobilidade sugerida pelas gramáticas, pelos dicionários ou momento histórico. O povo, que gosta de simplificar conceitos, tem por hábito atribuir sinonímia (igualdade de significado) a vocábulos cujos sentidos estritos, específicos, são consideravelmente diferentes. Este preâmbulo um tanto longo pretende, enfim, abordar o caso da palavra "BRUXARIA", empregada genericamente e errôneamente como sinônimo de termos como MAGIA, ESOTERISMO e OCULTISMO. A mesma lógica simplista pretende que bruxos (as), magos (as) ocutistas e esotéricos (as) SEJAM a mesma coisa. Este fenômeno socio-cultural de visão estereotipada, equivocada do que vem a ser "BRUXARIA" é muito bem ilustrada pela análise da "cena virtual" das "Salas de Bate-papo" do servidor UOL (Universo On Line - Este servidor é o que oferece opções mais variadas em termos de temas entre o religioso, o místico e o realismo fantástico). Nos chats do UOL dedicados aos temas metafísicos ou ligados à "física da espiritualidade", do sobrenatural e religioso, distingüem-se 15 categorias. A tabela abaixo é um demonstrativo da freqüência a estas salas em um flagrante da hora do crepúsculo no dia de Natal, em 2004. Os números revelam uma notável diferença na capacidade de agregação de determinados "LETREIROS" em relação a outros. É evidente que as palavras BRUXARIA, ESPIRITISMO, EVANGÉLICOS E CATÓLICOS evocam complexos de valores subjetivos (simbólicos) mais atraentes que os termos OCULTISMO, ESOTERISMO, BUDISMO, etc.. Porém, no plano doutrinário, filosófico, teológico e ético BRUXARIA, ESPIRITISMO, EVANGELISMO E CATOLICISMO possuem várias afinidades com o OCULTISMO (que pode ser sinônimo de ESOTERISMO), o BUDISMO, a UMBANDA (ligada em especial ao Espiritismo), o CANDOMBLÉ, a tradição WICCA (magia européia) e, como demonstra a tabela, neste estudo incluímos a ufologia e a ficção científica, dois temas que não raro se cruzam com o Ocultismo em suas tão numerosas vertentes de práticas e teorias. Antes de abordar a questão central da confusão entre Bruxaria e Ocultismo, cabe ainda comentar uns poucos dados notáveis que a tabela expõe. São números que informam, a título de amostragem-teste, o modo como as pessoas, a sociedade, tem se posicionado diante dos aspectos mais frágeis da condição humana: sujeição ao destino, impotência diante das "forças ocultas" da fatalidade. Esta "amostra" tem seu valor em termos demonstrativos porque a comunidade de internautas, freqüentadores de chats em horários de pico, hoje, no Brasil, é numericamente considerável e pressupõe um nível de educação mediano. Por isso, aquelas salas estarem abertas há quase uma década, como fenômeno social, é um fato bastante significativo. Afinal, estamos no século XXI e, no entanto, os sombrios caminhos do misticismo continuam seduzindo o homem contemporâneo. O mesmo que se trata com a medicina de última geração; o mesmo que se rende fascinado às maravilhas da tecnologia, este homem "devoto" do novo, do atual, ainda procura cartomantes, entra em transe na reunião da "Igreja" cantando aqueles esteticamente pavorosos cantos de louvor, freqüenta os terreiros em busca da orientação de um conjunto búzios, e, absurdo dos absurdos, engajam-se, até, em "correntes positivas" por e-mail! No campo específico da religiosidade, a tabela mostra claramente a divisão entre cristãos: evangélicos e católicos (apostólicos romanos). A comparação dos dados evidencia: 1. o avanço das chamada "denominações" ou Igrejas Evangélicas no país; 2.o equilíbrio numérico de participantes entre as salas de Bruxaria, Católicos, Judaísmo e Espíritas. Neste caso, a observação por períodos prolongados, ao longo de dias, mostra que os Espíritas são mais procurados. Destas observações, resulta a constatação que a Bruxaria concorre em pé de igualdade, em relação a três das chamadas "grandes religiões" como recurso de solução metafísica, sobrenatural, subjetiva para problemas físicos, naturais, objetivos. A análise demonstra ainda resistência das tradições "pagãs", mais próxima da crença na "divindade do homem" e dedicada a empreender ações e reações fente aos percalços do "destino". O público espírita representa uma "pré-ocupação" centrada no mistério da morte enquanto os católicos afirmam a sua fé submissa em contraposição à fé de desafios e determinações dos evangélicos.

pacto com o diabo (5º parte)

RITUAIS fórmulas do pacto Em The Formicarius, Grimório ou Livro de Fórmulas "Mágicas" de 1435, encontramos uma descrição, das mais antigas e completas, de um Pacto com o Diabo (MONSTROUS.COM, 2004). É um ritual que pode ser feito sozinho ou em grupo, por vários interessados, todos dispostos a negar completamente o Deus de sua religião. A pessoa deve ir a uma Igreja (ou Templo) em um domingo pela manhã na primeira hora e, de preferência aquela, igreja que costumava frequëntar na infância. Ali, diante do altar-mor renunciará à crença e à submissão a Deus, ao Cristo e aos Santos e todos os dogmas da Igreja Católica Apostólica Romana (ou da Igreja a qual pertence, Protestante, por exemplo, ou templo Budista). Depois, prestará homenagens ao Demônio, beberá o sangue de uma criança sacrificada e expressará seu desejo de trocar a própria alma pela realização de determinados desejos com o auxílio dos poderes do Inferno. O Pacto tem prazo de validade durante o qual Satanás providenciará a satisfação do contratante. Findo prazo, a alma será cobrada e infalivelmente arrebatada pelo por uma corte de criaturas das trevas. Outra maneira de vender a alma ao Diabo, encontrada nos Grimórios mais comuns, consiste no seguinte ritual: 1. Providencie um pergaminho feito com a pele do primeiro novilho que tenha nascido da primeira gestação de uma vaca (o pergaminho pode ter sido usado antes, o importante é que seja a pele de um novilho primogênito de primeira gravidez).COMENTÁRIO: Os ingredientes das fórmulas mágicas comuns sempre são objetos de difícil obtenção. Esta particularidade, tem por objetivo valorizar cada objeto ritual e a preocupação com estas coisas faz com que a mente do operador passe dias seguidos concentrada ou com idéia fixa na preparação do ritual e, por conseguinte, idéia fixa do desejo que se pretende alcançar. 2. Escolha uma noite para a operação, de preferência entre a sexta e o sábado, ou entre quarta e quinta. Prepare o círculo mágico (muitos livros de magia contém as instruções de praparação do círculo da magia negra, como o traçado, signos e objetos). 3. Neste pergaminho, escreve-se e assina-se com com o próprio sangue o pacto redigido mais ou menos nestes termos: 4. Depois da assinatura, segure o documento e recite a "Invocação dos Demônios" (em geral, os trabalhos de magia negra são feitos com a face do operador voltada paar o Norte, "de onde vêm todas pragas") conforme transcrito abaixo: Oh! Lúcifer! Mestre e Imperador dos Espíritos Rebeldes! Eu vos imploro que sejas favorável ao meu chamado em nome destas grandes provas que realizei para obter de Vós que assineis comigo este Pacto!Oh Príncipe Belzebú! Guiai-me para que eu possa dizer as palavras corretas!Oh Nobre Astaroth! Sede-me propício, favorece minha causa nesta noite que dediquei ao Grande Demônio. Intercedei para que Satanás apareça a mim em forma humana e sem nenhum artifício de crueldade e destruição! Fazei com eu possa persuadir o Senhor da Maldade a me acolher como protegido em troca das promessas assinadas no documento deste pacto e que assim, d'hora em diante, possa Eu tudo obter em satisfação às minhas necessidades e desejos.Oh! Grande Demônio! Diabolos! Satanás! Eu vos imploro que deixe agora sua morada, seja qual for a parte do Universo em que possas estar, e que venha, para comigo falar! Se assim não for, Eu o forçarei a fazê-lo pela força das palavras sagradas das Chaves de Salomão! Pelo poder que submete os Espíritos Rebeldes, eu obterei a aceitação deste Pacto! Se neste momento o Diabo ainda não aparecer, o operador insistirá proferindo com vigor palavras ou nomes provocativos tais como: Por Aglon! Tetragramaton! Vaycheon! Stimulamathon! Erohares! Retrasamathon! Clyoran! Icion! Esition! Existien! Eryona! Onera! Erasyn! Moyn! Meffias! Soter! Por Emmanuel! Sabaoth! Por Adonai!!! Eu vos ordeno: Aparece!Quando o demônio finalmente surgir, (se surgir), o operador deverá, então, solenemente, entregar o Documento do Pacto sem sair do Círculo Mágico sob nenhuma hipótese.(WITCHES AND MONSTROUS.COM, 2004)

PACTO EM ELIPHAS LEVI O ocultista Eliphas Levi, em Dogma e Ritual da Alta Magia, desaconselha, despreza e até ridiculariza práticas de magia negra encluindo o Pacto com Diabo. Não obstante, inclui em sua mais famosa obra comentário e descrição deste tipo de Pacto nos seguintes termos: Os evocadores do diabo devem, antes de tudo, ser da religião que admite um diabo criador e rival de Deus. Eis como procederá um firme crente na religião do diabo, para corresponder-se com seu pseudodeus (falso-deus). [Em primeiro lugar Levi deixa claro que qualquer "diabo" é uma criação do operado, entidade composta de fluidos astrais provenientes das próprias emanações energéticas sutis do magista]Aquele que afirma o diabo, cria ou faz o diabo. Para ser bem sucedido nas e vocações infernais, é preciso ter: 1º - Uma teimosia invencível2º - Uma consciência ao mesmo tempo endurecidano crime e muito acessível ao remorso e ao medo.3º - Uma ignorância parente ou natural.4º - Uma fé cega em tudo o que não é crível.5º - Uma idéia completamente falsa de Deus. (LEVI, 1995) Eliphas Levi destaca a necessidade de renegar a Deus posto que o Diabo é o principal adversário do Criador. A fim de efetivar esse ato de rejeição, o autor enumera complexos procedimentos tais como:1. PROFANAR as cerimônias do culto ou religião de origem e desrespeitar seus símbolos sagrados.2. JEJEUM: durante quize dias fazer somente uma refeição, sem sal e depois do crepúsculo: "esta refeição será de pão preto e sangue temperados com molho, também sem sal, de favas pretas, ervas leitosas e narcóticas.3. EMBEBEDAR-SE: A cada cinco dias, depois do crepúsculo, além da refeição, é preciso embebedar-se com vinho preparado com uma INFUSÃO feita com 5 cabeças de papoulas negras e cinco onças de linhaça triturada. Deixa-se descansar por cinco horas. A mistura deve, então, ser coada em uma toalha que tenha sido feita [ou que pertença a uma] por uma mulher, de preferência, prostituta.4. DIAS DA EVOCAÇÃO: Os dias propícios para a eocação do demônio são: na noite de segunda para terça-feira OU na virada entre a sexta-feira e o sábado.3. LOCAL DA EVOCAÇÃO: "É preciso procurar um lugar solitário e assombrado, tal como um cemitário freqüentado por maus espíritos, uma ruína temida, no campo, os fundos de um convento abandonado, o lugar onde foi cometido um assassinato, um altar druídico ou um antigo templo pagão."(LEVI, 1995 - p 346)3. VESTIMENTA: É preciso prover-se de uma roupa preta, sem costuras e sem manchas; um gorro ou capuz em tom de chumbo ornamentado com os signos da Lua, Vênus e Saturno. O mago negro deve também 3. OBJETOS E ACESSÓRIOS 02 velas de sebo humano colocadas em candelabros de madeira negra cortados em forma de crescente lunar. (Implica acesso a uma vítima humana, um morto recente.)- 02 coroas de Verbena.- 01 ou A espada mágica, de cabo preto.- 01 ou A forquilha mágica.- 01 fogareiro tripé (três pés)- Um vaso de cobre contendo o sangue da vítima (de quem se extraiu o sebo).- PERFUMES: Os perfumes são preparados para queima no fogareiro que fica no altar do círculo mágico. Na invocação do Demo, o operador deve levar uma caixa contendo incensos de cânfora, aloés, ambar-pardo e estorague, misturados e homegeneizados com sangue de bode, sangue de poupa e sangue de morcego.- 04 cravos tirados docaixão de um supliciado.- CABEÇA DE UM GATO PRETO alimentado com carne humana durante cinco dias.- Um MORCEGO morto por afogamento em sangue.- Os chifres de um bode que tenha sido seviciado pelo operador (!!!)- O crânio de um parricida.- A pele da vítima imolada, que forneceu sangue e sebo. Assim paramentado e e portando os objetos listados acima e estando no local, data e hora apropriados o operador, sozinho ou acompanhado de dois assistentes, deverá traçar o círculo mágico com a ponta da espada deixando uma ruptura ou "ponto de saída". A pele da vítima, cortada em faixas, devera ser disposta ao longo do círculo, formando um segundo círculo que será fixado com os quatro cravos do caixão de um supliciado.DENTRO DO CÍRCULO, deverá ser traçado, também com a espada, um triângulo equilátero. Este triângulo devela ser pigmentado com o sangue da vítima. O fogareiro deve ser colocado no vértice do triângulo queestará voltado para o Norte. Na BASE DO TRIÂNGULO, serão traçados três círculos, que demarcam o lugar onde deve ficar o operador (no centro) e seus assistentes. Com o próprio sangue, atrás do seu círculo, o operador deverá traçar, o símbolo de Constantino - que é um grande "P" com o traço vertical cortado por um "X" (ver figura acima).NOS pontos marcados pelos quatro cravos (pregos), fora do círculo, são colocados: a cabeça do gato, o crânio humano, os chifres do bode e o morcego. Tais objetos devem ser aspergidos com osangue da vítima. Depois, acende-se o fogo usando ramos de amieiro e cipestre. As duas velas são colocadas à direita e esquerda do operador, no centro das coroas de Verbena. Feito TUDO ISSO! o operador pronunciará as fórmulas de evocação, que são várias. Por exemplo, a Evocação do Grande Grimório Dragão Vermelho: Per Adonai Elohim, Adonai Jeova, Adonai Sabaoth, Metraton On Agla Adonai Mathom, vérbum pythónicum, mistérium salamándrae, convéntus sylphórum, antra gnomórum, doemónia Coeli Gad, Almousin, Gibor, Jehosua, Evam, Zariatnatmik - Veni, veni, veni!!! A "receita" indicada por Eliphas Levi, embora pareça algo inventado pelo pesquisador, de fato, está registrada em inúmeros livros de magia negra, os Grimórios ou Engrimanços, manuais repletos de fórmulas espetaculares e de difícil execução. Nos dias atuais estas dificuldades são ainda maiores no que diz respeito à obtenção da maior parte dos "ingredientes". Fica claro que um mago negro é alguém que tem de ser pervertido o suficiente para se permitir a prática das mais exóticas e inumanas aberrações e seu primeiro passo é tornar-se um assassino, posto que precisa de uma vítima humana para obter boa parte dos materiais que o pacto exige.Supondo que este mago negro suje suas mãos cometendo o homicídio, ainda assim terá um exaustivo trabalho para conseguir elementos como gato, morcego, chifres de bode seviciado e o crânio de um parricida, coisa complicada porque não há parricidas mortos e conhecidos em pencas por aí. A execução de uma "fórmula" como essa é tão complexa e arriscada que antes convida a desistir e esquecer uma empreitada que, se não fosse tão macabra, seria certamente a página apoteótica de uma crônica da "Magia Ridícula" e não é de admirar que o Diabo apareça para quem se preste a produção deste "espetáculo"; afinal, alguém que faz tais coisas, se não é louco, é quase; e a loucura pode engendrar todo tipo de alucinação inclusive a ilusão perfeita de uma visão de Satanás. ROMPENDO O PACTO Fazer o Pacto com o Diabo, como se viu acima, é uma operação bastante complexa e implica longa preparação física e mental. O caminho contrário, romper o Pacto, é bem mais simples; não exige substâncias exóticas, atos abjetos ou dispendiosos objetos. O indispensável para anular o Pacto é simplesmente 1. a FÉ. Fé em Deus, fé em uma inteligência justa diretora do Universo.; 2. um arrependimento sincero em relação atos praticados sob a inspiração do mal.As Lendas de São Cipriano e do arcediago Teófilo ilustram bem este fato. Cipriano, erudito e inteligente, ao perceber que o Sinal da Cruz impedia a ação de seus poderes demoníacos, deduziu de imediato que atrás do sinal havia uma doutrina-referência poderosa capaz de produzir uma auto-confiança inabalável, verdadeiro segredo de proteção contra feitiços de todo o tipo. Esta referência, que fortalece o campo energético protetor, no caso da vítima de Cipriano, era a vida do Chrestos Ocidental Jesus. Justina, a moça-alvo dos encantamentos do Mago de Antióquia, tornou-se invulnerável porque assumiu, pela fé, sua natural invulnerabilidade, em uma atitude que "fechou o seu corpo", ou seja, fechou o seu campo mental-espiritual para toda e qualquer influência externa. No caso do Bispo Teófilo, processo semelhante ocorreu: arrependimento sincero e fé inabalável no poder da Virgem Maria romperam o pacto. Diz a Lenda que certa tarde, em meio às orações na capela, onde havia várias pessoas, o pergaminho, documento-registro do Pacto, emanou de uma parede e, esvoaçando no aposento, foi parar nas mãos de Teófilo.Santo Alphonso Maria de Ligouri (1696-1787) ensina como romper acordos com o Malígno ainda que assinados com sangue. O procedimento é simples:1. Renunciar, abjurar, renegar qualquer pacto firmado com o Diabo, explicitamente, em declaração verbal íntima ou com testemunhas de confiança, de preferência um sacerdote.2. Destruir todos os escritos, fórmulas, talismãs, objetos encantados etc. relacionados à magia negra.3. Queimar o Pacto, se este foi registrado em documento escrito.4. Restituir bens ou renunciar a todos os bens ou privilégios obtidos por intermédio do Pacto e compensar quaisquer pessoas prejudicadas por causa do Pacto em todos os casos em que isso for possível. No folclore árabe existe a história de um mercador que tendo prosperado infinitamente graças a um Pacto com Satanás, ao findar o prazo de desfrute do acordo, depois de muito pensar, decidiu tentar um último golpe para se livrar da dívida e preservar sua alma. No dia determinado, quando apareceu o Malígno a fim de efetuar sua cobrança, foi recebido com desafio irresistível: uma última aposta, um jogo de xadrez! Se o mercador conseguisse superar o Demo no tabuleiro, estaria livre; se, ao contrário, perdesse a partida, suas penas seriam redobradas. Exímio enxadrista, tanto quanto seu oponente, o mercador conduziu a partida até se colocar em total desvantagem, na iminência de receber o xeque-mate. Mais uma jogada e o demônio encerraria o jogo. Porém, ao observar a mesa, ao invés de fazer o movimento final da vitória, a criatura infernal, arreganhando seus dentes pontiagudos, tomada de intenso furor, levantou-se abruptamente e proferindo mil maldições desapareceu numa explosão deixando no ar um forte cheiro de enxofre. Tranquilo, delicadamente o mercador concluiu o jogo e movendo uma peça em xeque-mate, viu que, como previra, formava-se no tabuleiro a imagem de uma cruz. O Diabo e seus Pactos são extremamente vulneráveis diante de qualquer símbolo do bem apresentado com verdadeira fé.

PACTO COM O DIABO (4º PARTE)

PACTO HOJE
Os Pactos com o Diabo ainda existem embora crença e prática como essas pareçam absurdas aos espíritos medianamente esclarecidos dos dias atuais de pós-modernidade, alta tecnologia e conhecimentos mais avançados em Ciências Humanas. Renovado, adaptado aos dias atuais, a grande novidade dos Pactos Diabólicos contemporâneos são os humanos signatários. Na Antiguidade, Idade Média e Moderna eram intelectuais, ocultistas e feiticeiros de aldeia os principais interessados nestes contratos. Hoje, além dos supostos "magos" e místicos que se prestam a esse "papel", os casos que se destacam envolvem grandes estrelas dos midia, artistas em geral e, em especial, os músicos do Rock. Entretanto, esta associação entre sucesso musical e Pacto com o Diabo é mais começa bem antes, remonta à Lenda de Paganini ( 1782-1840 ), "O Violonista Maldito": Por causa das habilidades aparentemente inumanas dele no violino, como também a sua figura cadavérica, alguns ouvintes acreditaram que ele tinha vendido a alma ao diabo. Não só era a sua ascensão européia rápida e a adulação vertiginosa que ele inspirou em âmbito quase faustiano, mas um motivo ocorrendo periodicamente em contos do povo europeu retrata o diabo como um violinista. Várias caricaturas feitas de Paganini consistem nele tocando o violino, alto e magro, com o cabelo desleixado, se assemelhando a chifres.[PAGANINI, 2005] Hoje, vários cantores e bandas inteiras foram e são apontadas como sócios do Diabo na barganha tradicional: sucesso na carreira e faturamentro alto em troca das almas dos contratantes. Entre as celebridades que possuem um Pacto com o Diabo em sua biografia folclórica são sempre mencionados, Robert Johnson (bluesman da década de 1930), as bandas Rolling Stones, Black Sabbath (em especial o vocalista, Ozzy Ousborne), Eagles, The Doors (cujo vocalista, Jim Morrison, casou com uma "bruxa" em ritual pagão), AC/DC e o escandaloso setentista Alice Cooper (segundo o próprio, seu nome artístico teria sido sugerido por espírito em uma mesa de Ouija) entre muitos outros nomes.
HERDEIROS DE NAGASAKY A identificação do Rock com signos e/ou práticas demoníacas (satânicas) nasceu e se fortificou por causa dos aspectos estéticos e poéticos que caracterizam figuras, postura, discurso e misancene (performance de palco e/ou em público) dos artistas do gênero. Os precursores do rock, expressavam, na música, o estado de espírito dos herdeiros de Hiroshima e Nagazaki, de uma humanidade desumana, pós-Segunda Guerra Mundial; uma juventude nillista e aterrorizada pelas notícias da guerra atômica e da guerra química. Uma horda de decepcionados emergiu daquele horror adotando valores que buscavam demonstrar seu enorme desprezo pela ordem social e política predominantes. Alguns vestiram túnicas leves, calçaram sandálias rústicas, cobriram de flores suas longas cabeleiras e disseram: "Paz e Amor!". Outros, vestiram-se de negro e metal, calçaram pesadas botas, rasgaram suas camisas e disseram: "Deus não existe" ou pior, "Deus é o Diabo!". Entre os "casos" de Pacto com o Diabo envolvendo personalidades do mundo Rocker, a "Lenda dos Beatles" e a biografia de Jimmy Page, líder da banda Led Zeppelin, são os mais destacados. Os BEATLES, com seus terninhos e cabelos colegiais, são apontados pelas interpretações de certos místicos com verdadeiras "Bestas do Apocalipse" (CAVALCANTI, 2005), cujo surgimento e ação malígna teria sido prevista em profecias. Alguns profetas, de fato, avisam que os filhos de Satanás virão ao mundo com a face dos anjos. Para muitos místicos apocalípticos, o sucesso espantoso do grupo foi o resultado de um Pacto Maldito e, ao fim das contas, teria custado a vida do pacifista John Lennon (SOARES MAYER, 2004). A publicização destes Pactos acontece por declaração dos artistas ou testemunhada (ou denunciada) por pessoas próximas, como empresários ou jornalistas. A ligação de JIMMY PAGE com grupos satanistas é mais explícita. O guitarrista e compositor do Led Zeppelin dedicou-se ao estudo da obra de Aleister Crowley. Comprou manuscritos, objetos pessoais e até a mansão Boleskine, às margens do Lago Ness, palco de rituais satânicos que consolidaram a fama de Crowley como "A Grande Besta: o homem mais perverso do mundo". (TABERNÁCULO.NET, 2001). Tal como teria acontecido com John Lennon, o preço da fama do Zeppelin foi cobrado nos termos característicos de Satã, em intensidade de dor: "A morte do baterista John Bonhan e freqüentes acidentes envolvendo os membros restantes são considerados por muitos, provas definitivas do pacto feito entre a banda e o demônio.
SHARON TATE - O envolvimento dos Beatles com o satanismo ainda foi relacionado com outro episódio trágico: o Caso Sharon Tate. Na década de 1960, a cultura religiosa oriental virou uma espécie de moda que ganhou a simpatia de artistas famosos da música e do cinema, dos Estados Unidos e na Europa. Muitos desses artistas fizeram "retiro espiritual". Na Índia, a tribo Xamandú, além dos Beatles, recebeu o ator e diretor Roman Polansky e a atriz Mia Farrow. Aparentemente, experiência mística de Polansky resultou em sua adesão, na América, a uma seita demoníaca liderada por Charles Manson. É muito possível que o diretor estivesse em busca de elementos de composição e inspiração para a produção do filme O Bebê de Rosemary. Na trama, a jovem protagonista, Mia Farrow, espera um filho do Diabo depois de ser "negociada" pelo próprio marido, integrante de uma Igreja Satânica seguidora da dourina de Aleister Crowley. Coincidência ou não, algum tempo depois do lançamento do filme, quando a mulher de Polansky, a atriz Sharon Tate, anunciou sua gravidez adiantada, de oito meses, membros fanáticos do grupo de Manson assassinaram a jovem. Eles acreditavam que a artista esperava o filho do Diabo, como no filme, e arrependidos de suas práticas "heréticas", temendo a vinda do Anticristo, perpetraram o crime (CAVALCANTI, 2005). Aqui mesmo, no Brasil, com o avanço das "denominações evangélicas", igrejas cristãs que enfatizam a influência do Diabo no cotidiano das pessoas, publicam com freqüência, tanto em impressos quanto na internet, casos e depoimentos, de artistas e pessoas comuns relacionados a pactos demoníacos. Esses relatos, são tão numerosos e variados que já desbancaram a comunidade de Rockers na primazia dos contratos com Satã. Atualmente, Satanás, firma Pactos com todo tipo de gente: donas de casa, políticos, duplas sertanejas, sempre providenciando sucesso na carreira, nas finanças e no amor em troca da alma de seus clientes.

pacto com o diabo (3º parte)

FEITICEIRA DE BERKELEY Quando se fala na história dos Pactos com o Diabo, no Ocidente, a feiticeira de Berkeley é uma figura sempre lembrada, referência obrigatória pela originalidade de sua trajetória e desfecho fantástico de sua aventura. Esta mulher viveu na segunda metade do século XI (anos 1000) na pequena cidade de Berkeley, Inglaterra. Ao contrário das feiticeiras típicas do imaginário popular, a Senhora de Berkeley era bem conceituada em sua comunidade, mãe de família com muitos filhos e filhas, dois dos quais, os caçulas, eram dedicados à vida religiosa: o rapaz era monge e moça, freira. Além disso era uma mulher rica e caridosa embora fosse público e notório que dispunha de certos dons sobrenaturais. Em pleno período de repressão às modalidades de bruxaria, esta feiticeira conseguiu escapar de qualquer perseguição não obstante de sua fama de vidente capaz de ler o destino das pessoas na formação dos bandos de pássaros em vôo. Como animal de estimação, possuía um pequeno corvo.Durante uma tarde, o corvo morreu nos braços da dona. Um enorme apreenção apoderou-se da feiticeira que então, teria exclamado, aterrorizada: "Acabou-se! Minha fortuna se foi e a desgraça, sem demora, deve já bater à minha porta." Nem bem dissera tais palavras e um mensageiro chegou afogueado trazendo péssimas notícias: uma fatalidade, um acidente estúpido acabava de matar todos os filhos da Senhora de Berkeley, com exceção dos dois religiosos. Foi a estes sobreviventes que ela confessou: todas as suas riquezas e boa sorte na vida deviam-se a um terrível Pacto que firmara com o próprio Diabo, em sua juventude. Ela tentou anular os efeitos futuros do pacto usando os poderes que o Diabo lhe dera para a prática do bem mas, tendo estudado magia, justamente porque buscava um meio de se salvar, percebera que não havia como desfazer o malígno contrato mas poderia tentar um ritual póstumo que impedisse Satanás de cobrar a dívida. A morte do Corvo (na verdade, um demônio) era o sinal de que o prazo do Pacto findara e logo, ela mesma encontraria a morte, ocasião combinada com Demo para a entrega do penhor prometido, seu corpo e sua alma. Para evitar tamanha desgraça, instruía os filhos sobre como proceder em suas cerimônias fúnebres a fim de tentar evitar o mal definitivo: a eternidade no Inferno! O complexo ritual consistia nas seguintes providências e práticas: ...deveriam costurar seu cadáver num couro de veado e colocá-lo num sarcófago de pedra lacrado com chumbo derretido e amarrado com correntes. Cinquenta sacerdotes deveriam rezar a missa pela sua alma enquanto outros cinquenta deveriam cantar nênias para a proteção de seu corpo. Tudo isso deveria durar três dias e três noites. Todas as instruções foram meticulosamente observadas mas ...um bando de demônios invadiu a igreja, tanto na primeira como na segunda noite. Tentaram abrir o caixão mas foram rechaçados pelos efeitos combinados dos lacre de chumbo e do culto dos sacerdotes. Na terceira noite, contudo, um "horrendo espectro, um diabo de forma gigantesca e de semblante malígno" apareceu durante os últimos ritos e, ignorando o cântico frenético, berrou que a mulher tinha de ir com ele. Uma voz feminina foi ouvida e dizia que não se podia mover, pois estava bem segura no caixão lacrado. Com um sopro o diabo varreu os sacerdotes para os lados, rompeu as correntes e abriu o sepulcro. ... então, a figura tirou a velha mulher do caixão ...(HAINING, 1976 - p 26)

fausto

Magister Georgius Sabelius Faustus, como ele mesmo se apresentava viveu na Alemanha entre o final do século XV e começo do século XVI. Pouco se sabe sobre sua juventude e toda a sua biogrfia apresenta lacunas, períodos em ele simplesmnete desparece de cena. Porém, há registros históricos de que sua existência foi real. Em 1509, ele estava na Universidade de Heidelberg. Estudou Ciências Naturais na Polônia, tornou-se astrólogo e necromante ambulante, progrediu e, em 1520, estava na Corte de Jorge III, príncipe-bispo de Bamberg. Fausto era, então, "Astrólogo da Corte do Príncipe-Bispo.". Mas isso não durou. Em 1529 tinha mudado de emprego e endereço: era diretor de uma escola para rapazes em Nuremberg. Em 1532 foi expulso daquela cidade sob acusação de corrupção de jovens. A essa altura, Fausto assumia publicamente sua condição de feiticeiro. Em seu cartão de apresentação lia-se: "Fonte de Necromantes - Astrólogo - o Segundo dos Mágicos - Quiromante - Aeromante - Piromante - o Segundo em Hidromancia". Praticava magia como ofício e ganhava seu sustento fazendo horóscopos e outras vidências, vendendo filtros de amor e produzindo fenômenos "sobrenaturais". Não há dúvida de que era um estudioso das Ciências Ocultas e é realmente possível que tenha tentado recursos extremos para obter mais conhecimento. Entretanto, pagou alto preço pela sabedoria. Desde a Idade Média e mesmo durante a Renascença, era crença popular que os homens de muita ciência, os extraordinariamente inteligentes, eram, quase sempre, signatários de Pactos com o Diabo. No caso de Fausto, se já suspeitavam dele quando era vivo, depois de sua morte, violenta e misteriosa, espalhou-se rapidamente, na Alemanha a lenda do Dr. Faustus e seu Pacto com o Diabo. Em 1857, episídios de sua vida foram publicados em A História de Johann Faust ou O Livro de Fausto, autor anônimo, traduzido para várias línguas. A História Trágica da Vida e Morte do Dr. Fausto, peça teatral de Christopher Marlowe, estreou com sucesso em 1594. Nesta versão, Fausto, que decide fazer o Pacto porque deseja conhecer "todas as possibilidades da experiência humana" (GRANDES MISTÉRIOS, 1996 - p 292), arrepende-se mas não consegue se livrar do destino fatal e implora a Deus que seja abrandado seu futuro terrível:

Ah! se minh'alma tem de sofrer por seus pecadosCondede que termine essa dor incessante!Permita que Fausto viva mil anos no inferno,Cem mil anos! Mas que acabe por ser salvo. Muitos outros textos foram escritos baseados na lenda de Fausto e, especialmente, os lucrativos manuais de magia, muito procurados pela plebe que acreditava estar adquirindo fórmulas originais do célebre feiticeiro. Os manuais continham instruções tanto para realizar o Pacto com o Diabo quanto artimanhas para quebrar este Pacto, escapando das garras do Malígno. Três séculos depois da morte do misterioso ocultista, Johann Wolgang Goethe publicava a edição completa do seu Fausto, drama em verso que levou trinta anos para ser elaborado. Em Goethe, Fausto é um herói que fez o Pacto em um momento irrefletido, em meio a sua intensa busca de sabedoria; e porque sua ambição era compreender o sentido da vida humana, consegue, no fim, se livrar do acordo maldito, ou seja, é redimido pela nobreza de sua motivação. Na música, o personagem inspirou a cantata em drama A Danação de Fausto, de Hector Berlioz e a ópera Fausto, de Charles Gounod. De todos os episódios fabulosos que se contavam sobre Fausto, o Pacto com o Diabo era o tema preferido dos "fuxicos" do povo. Diziam que o prazo de validade do "contrato" fora fixado em vinte e quatro anos. Fora por causa do Pacto que Fausto pudera adquirir conhecimentos de magia e um homem misterioso, que sempre o acompanhava sendo apresentado como "cunhado", na verdade, era Mefistófeles, demônio perverso encarregado de auxiliar e ao mesmo tempo vigiar as ações de Fausto. As circunstâncias da morte do bruxo confirmavam que o prazo havia terminado e Satanás, efetivamente cobrara a alma prometida. Fausto teria reagido; estava arrependido, porém não houve apelo que demovesse o Belzebuh que destruiu o infeliz de forma cruel: As paredes da Estalagem do Leão estremeceram durante toda a noite. Guinchos, rugidos e um ruído surdo arrepiante aterrorizaram a vizinhança e só com a primeira luz da manhã o dono da estalagem se atreveu a bater na porta do quarto do estranho homem conhecido por Fausto. Não obtendo resposta, o estalajadeiro, tremendo, abriu a porta... e viu no chão, no meio da mobília destruída, o corpo do famoso feiticeiro, torcido, horrivelmente mutilado e desfigurado.(GRANDES MISTÉRIOS, p 288) Conta a lenda, que Mefistófeles fez questão de partir o pescoço do parceiro com as próprias mãos, e arrebatando-lhe a alma, entregou-a triunfante ao seu Mestre Supremo, Satanás, que imediatamente sujeitou o espírito amaldiçoado ao começo do que seria sua eterna condenação.

pacto com o diabo (2º parte)

reproduçao do pacto de grander SÃO CIPRIANO DE ANTIÓQUIA São Ciprinano, cognominado O Feiticeiro, para distigui-lo do também famoso Cipriano, Bispo de Cartago, nasceu em Antióquia, região entre a Síria e a Abissínia (atual Etiópia); a época era a segunda metade do século III d.C. (anos 200). Sua família, abastada, incentivou e patrocinou uma formação completa nas ciências da magia. Aos 30 anos, Cipriano se estabeleceu na Babilônia para aprofundar seus estudos em Astrologia. Ali, tornou-se discípulo de uma bruxa famosa, a Bruxa de Évora, cartomante, quiromante (leitura de mãos) e oniromante (leitura dos sonhos). Para obter poderes sobrenaturais, Cipriano iniciou-se também na Goethia, evocação de demônios e por fim, firmou um Pacto com o Diabo tornando-se um feiticeiro com capacidades fenomenais. Em sua biblioteca, além dos livros de estudo, havia apontamentos próprios que ele fazia em toda parte, inclusive nas paredes e além disso, um tesouro exclusivo de Cipriano: sua mestra morrera e, trancado em uma arca, ele possuía todo o conhecimento da Bruxa de Évora contido em cadernos e pergaminhos, memórias e anotações de uma vida inteira, uma herança para o mais destacado de seus alunos. Cipriano se sentia bem com suas crenças e desfrutava todos os prazeres que o dinheiro e o prestígio podiam proporcionar. Tudo isso mudou diante do "Caso Justina". Justina era uma jovem cristã rica e bela. Embora educada no paganismo, na idolatria, tornou-se cristã por conta própria e converteu os pais, Edeso e Cledônia. Muito devota, consagrou-se totalmente ao Cristo Jesus, determinou-se a manter a virgindade e recusava casar. Vivia em retiro mas mesmo assim um homem apaixonou-se por ela. Seu nome era Aglaide. Tendo sido rejeitado como noivo, Aglaide resolveu apelar para a feitiçaria e procurou Cipriano a fim de obter a simpatia da donzela por meio das forças ocultas. O bruxo, não só desprezava o cristianismo como também se deleitava em ridicularizar os símbolos sagrados daquela religião bem como seus sacerdotes tendo, inclusive, se engajado em um movimento de perseguição aos fiéis. Diante do problema de Aglaide, aceitou prontamente fazer o "trabalho" e , de fato, empregou todos os seus conhecimentos e auxiliares diabólicos para enfraquecer e dominar a vontade determinada de Justina. Porém nada surtia efeito; os recursos iam se esgotando e Cipriano incomodava-se porque começava a desconfiar que não era suficientemente poderoso, ou não tanto quanto se achava ser. Atormentou a jovem com todo o tipo de armadilhas da sedução mental; falhando a sutileza, atacou enviando demônios que produziam terríveis visões. Mas Justina não se deixou intimidar sempre protegida por uma infinita fé na proteção de Jesus. Contra todas as investidas do Mago, usava somente um signo, fazia somente um gesto, o Sinal da Cruz. Furioso com aquele fracasso, Cipriano pediu contas ao Demônio e questionou: - Pérfido, já vejo a tua fraqueza, quando não podes vencer a uma delicada donzela, tu, que tanto de jactas do teu poder de obrar prodigiosas maravilhas! Diz-me logo de onde procede esta mudança, e com que armas se defende aquela virgem para deixar inúteis os teus esforços? Sem saída o demônio confessou que nada podia fazer contra a moça por conta do Sinal da Cruz que ela usava com uma fé profunda e inabalável. Justina não tinha medo e rechaçava qualquer ataque em nome de Jesus e este, era o Senhor de todas as coisas, dos Céus, da Terra e dos Infernos. Diante Dele, aos demônios, nada restava a fazer senão pôr-se em fuga. - Pois se isso assim é - replicou Cipriano - eu sou bem louco em não me dar ao serviço de um senhor mais poderoso do que tu. E assim, se o sinal da cruz, em que morreu o Deus dos cristãos, te faz fugir, não quero mais servir-me dos teus prestígios, antes renuncio inteiramente a todos os teus sortilégios, esperando na bondade do Deus de Justina que haja de me admitir por seu servo. Mas o demônio não desiste facilmente. Vendo que estava a perder tão valioso comparsa, tentou ainda apoderar-se do corpo de feiticeiro. Mas Cipriano estava completamente decidido e, fazendo o Sinal da Cruz, pela primeira vez, invocou a proteção do "deus de Justina". A Graça do Senhor desceu sobre ele e o malígno teve seus poderes anulados. Naquele momento, Cipriano rompeu o Pacto com o Diabo e dali em diante começou uma trajetória de duras provas que confirmaram sua fé em Jesus Cristo. Mais tarde, já como cristão converso e penitente, foi perseguido, preso e julgado pelo imperador Diocleciano sendo morto, depois de longos martírios, em 26 de setembro de 304, em sua cidade natal, Antióquia. Pela sua história de pecados e maravilhas, pela sua conversão e pelo suplício que padeceu em nome de Cristo, Cipriano virou o São Cipriano que se conhece hoje. Textos remanescentes do seu período satânico foram recuperados e reunidos nos famosos Livros de São Cipriano, cuja venda é anunciada em revistas femininas e exotéricas além de boa parte do conteúdo estar disponível em páginas da internet. São simpatias e bruxedos para obter sorte no amor, sucesso nos negócios e coisas do gênero.

PACTO DE GRANDIER

Urbain Grandier, foi o grande vilão do CASO DAS FREIRAS DE LOUDUN. Ele era a autoridadesuperior daquela paróquia e andava envolvido em escândalos sexuais. Quando as freiras doConvento de Loudun apresentaram sintomas de possessão, ou histeria, o padre foi acusado demagia negra: o povo acreditava que ele era o responsável pelos fenômenos e o inquérito apurouque Grandier estaria associado a dois demônios, Asmodeus e Zabulon, para produzir os ataques.Sessenta testemunhas fizeram acusações de adultérios, sacrilégios e outros crimes cometidosmesmo em recintos sagrados, dentro da Igreja. O processo de Urbain Grandier foi marcado porcontradições. Várias religiosas retiraram as denúncias e revelaram terem sido "instruídas" porsuperiores. O réu afirmou sua inocência, mesmo submetido a torturas, e manteve esta posição atéo momento final, na fogueira. Nos meses seguintes à morte de Grandier, vários de seus acusadoresmorrreram vitimados por doenças misteriosas e as freiras continuaram a padecer de convulsões

No processo jurídico-eclesiástico contra Urbain Grandier, acusado em 1633 de enfeitiçar as freiras de Loudun, consta que uma cópia do pacto, um documento escrito foi encontrado entre os papéis do réu, devassados depois de sua prisão. O costume de formalizar tais pactos por escrito foi instituído a partir do século XII (anos 1.100); até então, a maioria dos "acertos" com o Diabo era feita oralmente, na base da confiança mútua na palavra. O trato mais comum garantia que riquezas e honras seriam providenciados pelo Demo que, em paga, receberia a alma do feiticeiro depois de sua morte. O contrato estipulava um prazo para o desfrute das benesses; findo o prazo, o cobrador infalivelmente apareceria para cobrar o preço acertado. O "contrato" de Grandier ainda existe. Foi redigido em latim, da esquerda para direita, assinado com sangue, por mais de um demônio, e se encontra na Bibliothèque Nationale, em Paris. Diz o texto: Meu Senhor e Mestre, tenho-o como meu Deus; prometo servi-lo enquanto viver e, desde esta hora, renuncio a todos os outros deuses e Jesus Cristo e Maria e todos os Santos do Céu e à Igreja Católica Apostólica Romana e a todo o bem e preces que possam ser feitos por mim. Prometo adorá-lo e prestar-lhe homenagem pelo menos três vezes por dia e fazer o máximo de mal possível e levar ao mal tantas pessoas quanto possível; renuncio de coração ao Cristo, ao batismo e a todos os méritos de Jesus Cristo; no caso de desejar mudar, dar-lhe-ei meu corpo e minha alma e minha vida como garantia, tendo entregue tudo isso para sempre sem qualquer vontade de arrependimento. Assinado: Urbain Grandier, com seu sangue. (HAINING, 1971)

pacto com o diabo (1º parte)

INTRODUÇÃO Pacto com o Diabo: este é um dos temas recorrentes do folclore ocultista e prática ou recurso muito procurado na magia popular, a feitiçaria ou bruxaria. A personificação do mal em uma entidade tangível, demônios, diabos etc., é uma atitude psicológica que aparece em culturas de todo o mundo, em todos os tempos e ainda hoje, tanto em sociedades primitivas quanto nas pó-modernas. Sendo "pessoa" acessível e adversário de Deus, supostamente dotado de "poderes sobrenaturais", o Diabo torna-se um parceiro atraente na lógica ignorante dos que recusam outras formas de encarar as negativas da vida. Quem procura "a fórmula" para fazer um Pacto com o Diabo em geral está sendo movido pelo desespero revoltado, nascido de uma "dor da alma" (injustiças que despertam anseio de vingança, por exemplo) ou é alguém motivado por desejos desenfreados voltados para os prazeres sensuais e valores materiais (sexo, gula, embriaguês, dinheiro, fama, poder).
DADOS HISTÓRICOS A mais antiga referência escrita sobre Pacto com o Diabo encontra-se em textos apócrifos da teologia judaico-cristã. Um deste textos é A Vida de Adão e Eva, cuja versão conhecida, que data do século I d.C., apresenta um relato mais extenso do Genesis. Na Idade Média, inspiradas nestes livros clandestinos, circulavam histórias sobre os encontros entre Satanás, Adão e Eva depois do episódio da maçã. Neste período nebuloso da vida do primeiro casal encontra-se a origem do Pacto com o Demônio. O primeiro Pacto teria sido fruto das artimanhas do Malígno que conseguiu enganar Adão e convencê-lo a assinar um contrato de servidão aos poderes do Inferno. Existem três versões principais sobre o enredo de fatos que resultaram neste Pacto: 1. Adão, expulso do Eden, foi habitar as terras do Oriente Médio onde trabalhava no cultivo da terra; era um lavrador até que Satanás apareceu e usando de uma conversa maliciosa convenceu o homem de que era proprietário da Terra, posto que todos sabiam, Satan era o Rei das coisas do Mundo e assim, não permitiria que Adão continuasse cultivando suas lavouras sem uma devida paga. Então apresentou a Adão um contrato de servidão. Desta forma, o homem passou a ser escravo do Malígno até o advento do Salvador Jesus que resgatou todos os pecados e erros acumulados até então pela humanidade.2. Na segunda versão, quando Adão e Eva foram expulsos do Paraíso era crepúsculo, anoitecia, e ambos não haviam ainda presenciado o fenômeno do anoitecer. A treva assustou o casal que julgou a escuridão como parte de sua punição pela queda em pecado. Aproveitando-se deste momento de medo e dúvida, Satanás convenceu Adão a assinar um contrato de servidão em troca da Luz. Quando Adão se deu conta de que a noite era um fenômeno comum e inofensivo quis desfazer o Pacto porém o Demônio riu-se dele e recusou-se a desfazer o acordo.3. Finalmente, em um terceiro relato, Caim é o protagonista do Primeiro Pacto. O primigênito de Eva nasceria com um aspecto monstruoso, com duas cabeças de serpente. Durante a gravidez, ela sentia dores terríveis e soube que carregava no ventre algo que não era humano. Estava assustada quando Satanás apareceu e se ofereceu para curar Caim e aliviar seu sofrimento. O preço dos benefícios era a assinatura de Adão ou seu juramento de submissão ao Demônio por meio de um Pacto. Um bode foi sacrificado e da pele foi feito um pergaminho onde o Demo traçou os termos do contrato, escrevendo com o próprio sangue "Os viventes são de Deus, os mortos são meus!". Também Adão verteu seu sangue para assinar o Pacto. Cessaram as dores de Eva e Caim nasceu em forma humana. As serpentes, que o próprio Satan havia colocado na criança, Satan mesmo as alojou na águas do Rio Jordão com a missão de serem as guardiãs do Acordo Malígno. Milênios depois, quando Jesus foi batizado no Jordão, a humanidade se viu livre do compromisso maldito. Porém, Satanás apoderou-se do documento do Pacto e agora mantinha as almas da humanidade antes de Cristo aprisionadas no Inferno. Também a estes Jesus libertou quando, depois encerrado no sepulcro, desceu aos infernos e resgatou aqueles que ainda estavam na condição de espíritos escravizados. A "descoberta ou redescoberta" do Pacto com o Diabo, recuperado a partir destas lendas antigas, é creditado aos judeus das primeiras décadas da Era Cristã, quando alguns místicos criaram "receitas", rituais evocativos para "contactar Satanás" (GRANDES MISTÉRIOS, 1996). Entretanto, alguns dos mais famosos supostos "sócios do Demo" foram religiosos cristãos. O primeiro registro formal de um Pacto com o Diabo data de 538 (sec. VI a.C.) quando Teófilo, arcediago da Igreja Cristã, vendeu sua alma para recuperar seu prestígio social e eclesiástico, abalados por uma série de acontecimentos escandalosos. Diz a lenda que, mais tarde, o religioso se arrependeu e suplicou à Virgem Maria que o ajudasse a anular ou romper o Pacto, no que foi atendido, salvando sua alma por conta de um remorso sincero e interferência da misericórdia divina. Ainda durante a Idade Média, também foram acusados de conchavos diabólicos, os Papas Honório e Silvestre II, cognominado "o Mago", cuja sabedoria e extraordinária inteligência, comentários do povo atribuíam a um "contrato com o Canhoto", além do célebre São Cipriano, de Antióquia, que antes de se converter ao cristianismo foi um feiticeiro conceituado que admitia abertamente dispor de poderes mágicos graças a um pacto com o Diabo. Em meio à nobreza européia, entre o final do medievalismo e expansão da Renascença Moderna, monarcas como Henrique III e Catarina de Médicis, considerada a criadora da Missa Negra, teriam vendido suas almas ao Todo Poderoso dos Infernos. Entre os plebeus, destaca-se o caso da Bruxa de Berkeley que tomou cuidadosas providências rituais para o próprio funeral, sem sucesso, em uma tentativa de escapar do inferno e passar o "calote" no Demo. Na França, no período mais ativo da Caça às Bruxas (os), o caso do padre Urbain Grandier causou enorme sensação e terminou com o acusado na fogueira. Na Alemanha, a lenda do Doutor Fausto e do seu funesto Pacto com o Demônio permanece até hoje como uma das mais fascinantes histórias do folclore ocultista inspirando obras de arte na literatura, pintura e música. As mesmas suspeitas pairam sobre ocultistas como Paracelso, Cornelius Agrippa e mais recentemente (sec. XIX/XX), Aleister Crowley, que já foi considerado e que admitia ser "a Grande Besta, o homem mais perverso do mundo".

sábado, 26 de abril de 2008

DRAGOES:MITOS E LENDAS (2º PARTE)

Pintura rupestre representando um Pterodáctilo, datada em milênios de idade, pertencente à cultura dos Black Dragon Wash, de Utah - USA.

Em 1912, um aeronauta alemão acidentou-se na Ilha de de Komodo, Indonésia. Resgatado, relatou que tinha visto uma criatura monstruosa semelhante aos mitológicos dragões. Averiguações e filmagens revelaram a veracidade do fato: era um animal da família dos lacertídeos porém em tamanho gigante. O enorme lagarto, conhecido como dragão de Komodo, alcança 10 pés de comprimento, contando sua longa e vigorosa cauda, alimenta-se de carne putrefata e, eventualmente, pode atacar e matar pessoas. Há relatos não confirmados da existência de lagartos semelhantes na Nova Guiné. Apesar destas descobertas e de muitas mais, a arqueologia oficial não admite a existência de seres como dragões em qualquer época, embora nos ladrilhos babilônicos, nos murais pré-colombianos, na mitologia nórdica, nos desenhos japoneses, pagodes e monumentos, na Biblioteca Imperial de Pequim e em muitos outros documentos históricos figurem reproduções perfeitas de plesiossauros e pterodátilos. Na Bíblia, além do Apocalíptico Dragão Leviathan, o profeta Isaías (XXX:6) relata sua visão de uma "serpente voadora", a Saraph Mehophep, palavras que todos os dicionários hebreus traduzem assim: Saraph= veneno inflamado ou ardente; e Mehophep= voador. (BLAVATSKY, 2003 - p 224). A questão da veracidade ou não da existência remota de animais como os dragões assume maior importância quando relacionada com as dúvidas em torno da idade da raça humana sobre a Terra. Se as histórias e figuras de dragões são mais que fruto da imaginação dos povos, se forem vistos como registros de visões reais, como documentos históricos, por mais remota que seja a época a qual se refiram, isto seria uma prova da enorme antigüidade do homem sobre o planeta reforçando, inclusive, as teorias que falam de civilizações avançadas que desapareceram completamente, vitimadas por catástrofes. Os dragões seriam uma lembrança de tempos anteriores ao Dilúvio Bíblico; anteriores ao surgimento dos primeiros antropóides reconhecidos pela ciência atual, datados em 1 milhão e meio de anos atrás.

A FACE OCULTA DOS DRAGÕES A existência dos Dragões, como animais pré-históricos, contemporâneos a uma raça humana arcaica, pode ainda ser contestada mas sua realidade como elemento cultural, seu caráter de poderoso símbolo presente no imaginário popular e nas alegorias religiosas de todo o mundo, isto é um fato inegável. Rico em conteúdos semióticos, o Dragão, ora representa o bem, ora representa o mal. Uma visão geral do histórico dos Dragões mostra um ser paradoxal, que encarna, ao mesmo tempo, o bem e o mal. É o monstro que aterroriza os mortais, é a besta do Apocalipse, o aliado da Magia Negra, o raptor de donzelas medievais; mas também é um símbolo de sabedoria, força física, poder, proteção e boa fortuna. Este caráter, aparentemente multifacetado dos dragões é o resultado de milênios de sincretismos entre culturas de todo o mundo. O aspecto maligno do dragão é notavelmente acentuado no Ocidente, onde foi associado à figura do Diabo por conta de suas "aparições", quase sempre alegorias mal interpretadas, nas escrituras cristãs como no Apocalipse, onde é chamado Leviathan; nos evangelhos apócrifos: em Bartolomeu, surge submisso e, diante de Cristo e dos apóstolos, confessa suas maldades. Outras referências ao dragão diabólico são os embate com o Arcanjo Miguel e com São Jorge. No evangelho apócrifo de Bartolomeu, o "inimigo dos homens" é descrito assim: Belial subiu aprisionado por 6 064 anjos e atado com correntes de fogo. O dragão tinha de altura mil e seiscentos côvados e de largura, quarenta. Seu rosto era como uma centelha e seus olhos, tenebrosos. Do seu nariz saía uma fumaça mal-cheirosa e sua boca era como a face de um precipício....Bartolomeu, pois, se foi e pisou-lhe a cerviz, que trazia oculta até as orelhas, dizendo-lhe: — Dizei-me quem és tu e qual é teu nome....Respondeu Belial: — A princípio me chamava Satanail, que quer dizer mensageiro de Deus, Mas, desde que não reconheci a imagem de Deus, meu nome foi mudado para Satanás, que quer dizer anjo guardião do tártaro. In www.sobrenatural.org - 2005 Todavia, a simbologia tradicional se mantém. Os dragões jamais perderam seus atributos positivos e somente pela via das deturpações podem ser identificados com o mal. Ao contrário, o folclore envolvendo Dragões em guarda de tesouros é uma adaptação popular para os Dragões Guardiães do Éden, Guardiães da Árvore da Vida e da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Mesmo entre os judeus, são os Querubins designados pelo Criador para defender o Paraíso. Estes anjos, são descritos no Livro de Enoch com uma aparência zoomórfica, dotados de múltiplas asas, espadas flamejantes e face zoomórfica, entre o homem e o dragão. São, por isso, guardiães da Sabedoria e ainda abrigam outros significados: representam a energia cósmica criadora, a eternidade e o próprio Cosmos, que repousa enrodilhado sobre si mesmo, círculo de serenidade, e quando desperta em turbilhões, desdobrando suas espirais no infinito, manifestando-se em todas as coisas que existem no Universo.A imagem do Dragão associada à sabedoria contém uma mensagem de profundo alcance. A imagem diz que a Sabedoria não se relaciona com qualquer tipo de fraqueza. Não há conflito entre força, poder e felicidade, boa fortuna, compaixão e bom senso. O signo original, concebido em épocas insuspeitadas da história humana, referia-se à Regeneração Psíquica e à Imortalidade. Hermes considerava a serpente o mais espiritual de todos os seres. "Jesus admitiu a Serpente como sinônimo de Sabedoria, e um de seus ensinamentos, disse: Sede sábios como a serpente." Todos os povos simbolizaram o "Espírito de Deus" sob a forma de uma serpente de fogo que repousa sobre as águas primordiais até o dia do despertar, quando se expande por meio do verbo tomando a forma do leminiscato, a serpente que morde a própria cauda, representação do Universo, da Eternidade, do Infinito e da forma esférica dos corpos celestes. BLAVATSKY, 2001 - p 131

DRAGOES: FATOS E LENDAS (1º PARTE)

Os dragões são animais fabulosos, geralmente representados como uma enorme serpente alada que expele fogo pelas ventas (narinas). Seu tipo biológico situa-se entre o réptil e o sáurio (dinossauros): cabeça ornada com uma grande crista, poderosos cifres, presas enormes, couro grosso e nodoso cobrindo todo o corpo até a cauda, não raro provida de esporas, possivelmente de tecido ósseo ou cartilaginoso. Dotado de poderes extraordinários, o hálito dos Dragões é considerado venenoso e seu sangue, quando derramado em batalha ou na hora da morte, é igualmente fatal para aquele que for atingido por respingos dos líquido. Répteis por natureza, os dragões encontram conforto em lugares frios, escuros e úmidos; por isso, cavernas são as moradas ideais para dragões, além da penumbra e do frescor, são locais de fácil defesa e apropriados para guardar tesouros e reservas de alimento. As colinas próximas a grupamentos humanos ou rebanhos de mamíferos foram os lugares preferidos na hora de escolher a toca. Há dragões que habitam em águas: mares, lagos, rios mas, preferencialmente, pântanos, como os dragões Knuckers", ingleses. (www.kairell.donagh.nom.br - 2005) No Ocidente, os primeiros relatos sobre dragões aparecem em escrituras Judaicas (da Bíblia) e gregas. Na Europa, as lendas sobre os monstros antropófagos e cuspidores de fogo ou "de respiração pestilenta", ganharam espaço na imaginação popular. As histórias falam de cidades e vilarejos ameaçados e raptos de donzelas cruelmente assassinadas, degoladas ou empaladas, salvo quando algum virtuoso cavaleiro intervém na situação devidamente guarnecido de uma espada mágica. O mais famoso herói a resgatar uma cidade e sua donzela é aprisionada São Jorge, cuja vitória é interpretada como uma vitória do Cristianismo sobre as forças do Mal. No Leste Europeu, os Dragões estão ligados a tradições de Sociedades Secretas Ocultistas, que supostamente adoravam divindades descendentes dos antigos Nagas indianos cuja representação, a figura de um Dragão, significa a Sabedoria, seja usada para o bem ou para o mal. O famoso Vlad Tepes, ou onde Drácula, foi um membro da Sociedade Secreta dos Dragões em sua região e seu apelido "Drácula", significa, precisamente, Dragão. Nesta tradição há uma clara associação entre Dragões e Sabedoria, uma relação histórica com raízes plantadas na mais remota antiguidade. Os Dragões aparecem nas tradições mitológicas de quase todos os povos do mundo. No Oriente, os Dragões não são necessariamente perversos. Na China, são figuras de grande destaque. Festas folclóricas são dedicadas a eles. Os dragões simbolizam o próprio povo chinês que se auto-proclamam "Long De Chuan Ren" (Filhos do Dragão). Para os chineses, o dragão é uma criatura mítica e divina relacionada à abundância, prosperidade e boa fortuna. Templos e pagodes são construídos em honra aos Dragões e para eles são queimados incensos e dirigidas orações.Eles são os governantes dos rios, da chuva, lagos e mares. Habitam nas águas, vooam nos céus e percorrem as entranhas da Terra e dos Oceanos; aos seus movimentos subterrâneos são atribuídos fenômenos tectônicos como trmores de terra, terremostos e maremotos. Os dragões chineses são classificados em nove categorias: o 1. Dragão com Chifres (Lung), 2. Dragão Celestial, que mantém e protege as moradas dos Deuses; 3. Dragão Espiritual, gerador de chuva; 4. Dragão dos Tesouros Escondidos, Guardião das Riquezas; 5. Dragão Serpente, habitante das águas; 6. Dragão Amarelo, também aquático,que teria presenteado o legendário imperador Fu Shi com os elementos da escrita. Os quatro últimos são os Dragões-Rei, regentes dos quatro mares dos quatro pontos cardeais. "Junto com o Unicórnio, a Fênix e a Tartaruga, era considerado um dos quatro primeiros animais que ajudaram na criação do mundo. O dragão não tinha rivais em sabedoria e em poder para conceder bênção. O imperador da China era suposto ser descendente de um dragão e ter dragões à seu serviço. Estudantes chineses cuidadosamente categorizaram dragões por diversos critérios como na classificação por Tarefas Cósmicas: Dragões Celestiais: Estes dragões protegiam os céus, suportavam os lares das divindades e os defendiam da decadência. Somente estes dragões tinham cinco garras e somente a insígnia Imperial era permitida a descrevê-los. Dragões Espirituais: Estes controlavam o clima do qual a vida era dependente. Eles tinham que ser apaziguados pois se fossem tomados por raiva ou simples negligência, desastres iriam se seguir. Dragões Terrestres: Estes lordes dos rios controlavam seus fluxos. Cada rio tinha seu próprio dragão que governava de um palácio bem abaixo das águas. Dragões Subterrâneos: Estes dragões eram guardiães dos preciosos metais e jóias enterrados na terra. Cada um possuía uma grande pérola que podia multiplicar qualquer coisa que tocasse. Também foram classificados pela cor: Azul: Augúrio do Verão Vermelho e Negro: Dragões destas cores eram bestas ferozes cujas lutas causavam tempestades e outros desastres naturais. Amarelo: Estes eram os mais afortunados e favoráveis dos dragões. Não podiam ser domados, capturados ou mesmo mortos. Apenas apareciam em tempos apropriados e somente se houvesse uma perfeição à ser encontrada. Os Dragões chineses podiam tomar a forma humana ou de uma fera se desejassem e tinham uma bizarra coleção de fobias. Temiam o ferro, mas para criaturas que eram vistas como mestres de tais elementos e quase divinos, também temiam outras estranhas coisas como centopéias ou fios de seda tingidos em cinco cores. O Japão também tinha seus dragões. Chamados de Tatsu, eles eram bastante relacionados com os Dragões Chineses. Assim como eles, também tinham diferentes sub-tipos, entretanto geralmente tinham somente três garras e eram mais parecidos com cobras." (www.kairell.donagh.nom.br - 2005) Na mitologia chinesa, muito mais antiga que a dos judeus, também há um Gênesis, relato da Criação, e um Éden. O Paraíso chinês, chamado Jardim da Sabedoria, era habitado pelos "Dragões da Sabedoria" (Iniciados, Magos). Localizava-se no Planalto de Pamir, entre os picos mais elevados da cordilheira dos Himalaias. Ali, no ponto culminante da Ásia Central, o Lago dos Dragões alimentava quatro grandes rios: Oxus, Induas, Ganges e Silo; por isso, o Lago é chamado de "Dragão de Quatro Bocas". Pesquisadores de diferentes áreas, geólogos, arqueólogos ou teósofos, que defendem a hipótese de uma origem mais recuada para a espécie humana, admitem que pode ter ocorrido um período de transição no qual seres humanos conviveram com saúrios ou grandes répteis. A teósofa H. P. Blavatsky assinala em sua Doutrina Secreta (2003), citando o naturalista Curvier: "Se existe algo que possa justificar a existência de hidras e de outros monstros cujas figuras foram tantas vezes reproduzidas pelos historiadores da Idade Média, este algo é incontestavelmente o plesiossauro." Revolution du Globe. vol V - p 247 O Plesiossauro é um réptil marinho semelhante a um lagarto. Tinha grandes proporções, alguns chegando a 9 metros de comprimento; era dotado de poderosas nadadeiras. Blavatsky escreveu no final do século XIX, época em que houve um intenso movimento na área da pesquisa arqueológica e paleontológica. Muitos fósseis eram descobertos por pesquisadores independentes. Na Alemanha, foi descoberto um sáurio voador, o pterodátilo, com 78 pés de comprimento, asas membranosas com envergadura em torno de meio metro, vigorosas presas e corpo de réptil. Na Filadélfia, o Dr. Cope estudou o fóssil de um monossauro e concluiu que era uma serpente alada, da espécie do pterodáctilo, cujas vértebras indicam mais aproximação com ofídios (cobras) do que com lacertídeos (lagartos) (BLAVATSKY, 2003 - p 223). Em 1886, o geólogo Charles Gould escreveu em seu antológico Mythical Monsters: Muitos dos chamados animais míticos, que através dos séculos e em todas as nações serviram de tema para ficções e fábulas, entram legitimamente no campo da História Natural simples e positiva e podem ser considerados não como produto de uma imaginação exuberante, mas como criaturas que realmente existiram e das quais ...só chegaram até nós descrições imperfeitas e inexatas, provavelmente muito refrangidas pelas névoas do tempo; tradições de seres que, em outra era, coexistiram com o homem, alguns deles estranhos e horrendos ...é menos difícil admitir todas essas maravilhosas histórias de deuses e semideuses, de gigantes e anões, de dragões e monstros de toda espécie como transformações do que acreditar que sejam invenções. ...Se são invenções, devemos crer que selvagens incultos fossem dotados de um poder de imaginação e criação poética muito superior ao dos povos civilizados de nossos dias." In BLAVATSKY, 2003 - p 235.