Kama-LokA:Logo após a morte o Espírito da maioria dos mortais experimenta um estado de consciência nebuloso. São raros os que ingressam imediatamente em completa consciência do que está ocorrendo. Em geral, a sensação é de estar mergulhado "em sonhos caóticos ou um sono inteiramente sem sonhos, semelhante ao aniquilamento" (BLAVATSKY, 1983 - p 160).Esta situação de confusão mental, corresponde a um estado de consciência que conduz o Espírito desencarnado à dimensão existencial de Kama-Loka, um lugar de purificação, onde são dissipadas as perturbações mentais póstumas e ainda, onde são dispersos os restos de matéria terrena ou, a alma animal, Kama-Rupa, que tende a permanecer ligada ao espírito, como se recusasse seu destino inevitável, que é a desintegração.
Quando o homem morre, seus três princípios inferiores o abandonam para sempre, isto é: o corpo [Rupa], a vida [Prana], o corpo astral ou duplo do homem [Linga-Sharira]. Então, seus outros quatro princípios: [1] princípio central ou médio (a alma animal ou Kama-Rupa), com tudo o que assimilou de manas inferior [personalidade], e a Tríade superior [2.Atma, 3.Buddhi, 4.Manas Superior], se encontram em Kama-Loka. Esta é uma localidade astral, ou Limbus da Teologia Escolástica o Hades dos antigos [gregos], enfim, uma localidade somente no sentido relativo.Não tem área definida nem tão pouco limites, mas existe dentro do espaço subjetivo, isto é, fora do alcance de nossas percepções sensoriais. Sem dúvida existe e é ali que eilodons astrais [alma animal] de todos os seres que já viveram, inclusive os animais, esperam sua segunda morte. ...Para os animais, [esta segunda morte] vem com a desintegração e completa desaparição de suas partículas astrais. Para o eidolon humano, começa quando a Tríade Atma-Buddhi-Manas separa-se de seus princípios inferiores, ou seja, do reflexo da personalidade que foi ao entrar num estado devakhânico.(BLAVATSKY, 1983 - p 143)
O processo de purificação demora mais ou menos conforme o Espírito se mantenha mais ou menos identificado e iludido com a realidade da vida na Terra, apegado às coisas, pessoas e emoções daquele período de existência em condições mundanas. Inconformados, tais Espíritos utilizam-se da Alma Animal (ou Instintiva) como último recurso de acesso ao "plano" terreno, pois somente esta Alma pode ainda se manifestar naquele plano, dirigido pelo desejo que domina a mente, que é o próprio Espírito.Animado pela captação do prana, alimento da alma instintinva do homem-personalidade que morreu, o Alma Animal - Kama-Rupa, pode permanecer no planeta buscando a satisfação de vontades sensuais e sensoriais - alimentos, bebidas, drogas, sexo, desejos de vingança, mágoas não superadas, culpas etc.. Embora vagando na Terra, o "cascão" de Rupa, do corpo, está ligado (por energia psicotrônica ou mental) ao Espírito, que o fortalece enquanto estiver inconformado com sua mudança de estado ontológico.
FENÔMENO ESPÍRITA:O fantasma kama-rúpico [é um ser] privado de seu princípio pensante, [não tem sequer] inteligência animal e... sem cérebro físico para poder se manifestar, desaparece. ...É uma verdadeira não-entidade, com relação às faculdades que raciocinam e meditam; no entanto, é uma entidade, embora astral e fluídica ...Em alguns casos, atraída magnetica e inconscientemente por um médium, [vive] por algum tempo, sobrevive [através do médium] por procuração. ...O Kama-rupa vive na aura do médium uma espécie de vida fictícia; raciocina e fala pelo cérebro do médium ou do de outras pessoas presentes.
Kama-Rupa é uma "relíquia etérea da personalidade". Sujeita às atrações terrestres, precipita-se em Kama-Loka. Seu aniquilamento nunca é instântaneo e, às vezes, o processo pode durar séculos. A personalidade, que ali permanece com resíduos de outros egos pessoais, "converte-se em uma casca ou um elemental. estas cascas e os elementais são as protagonistas das "aparições e manifestações" nas sessões espíritas: "Todas essas comunicações com os mortos são necromancia e práticas perigosíssimas... [os chamados] "espíritos" não sabem o que dizem, repetindo como papagaios o que encontram no cérebro do médium e de outras pessoas..." (BLAVATSKY, 1983 - p 184)
sábado, 26 de abril de 2008
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