DESTINO
O destino de uma pessoa era determinado antes do nascimento e não podia ser alterado. Os sábios podiam antever a vida futura de alguém a partir da data de nascimento e da análise da posição de estrelas e planetas neste dia: era o horóscopo egípcio. A deusa do destino chamava-se Shai, geralmente acompanhada de outra deusa, Renenet, esta, Senhora da Fortuna. Ambas estavam presentes na Cena do Julgamento onde testemunhavam a pesagem do coração do morto. Outra deusa, Meskhenet, também se apresentava e influenciava a vida futura daqueles que acabavam de morrer.
A vida também poderia ser feliz ou infeliz em função do dia e da hora do nascimento. Cada dia do ano egípcio era dividido em três partes, cada uma delas mais ou menos afortunada. Quando Alexandre, o Grande, estava para nascer, o sábio Nectanebus, observando os corpos celestes, controlava o momento do parto junto à mãe, Olímpia, para que a criança viesse ao mundo em uma hora favorável; e somente permitiu o nascimento no momento em que viu certo esplendor no céu. Quando o menino nasceu, ele disse: "Rainha, acaba de nascer de ti um Governador do Mundo". A terra tremeu, luzes eram vistas no firmamento e um trovão se fez ouvir ao longe.
Nos papiros dos mágicos, freqüentemente aparece a advertência de que certas cerimônias não devem ser feitas em determinados dias considerados negativos para as forças e/ou potências que serão acionadas. O calendário egípcio, em correspondência com o calendário Gregoriano, começa no dia 11 de setembro, o mês de Toth. O terceiro dia do ano é o primeiro assinalado como desafortunado e a partir daí, dias e horas são marcados com símbolos que indicam boa ou má sorte, do dia e das horas das três partes nas quais se divide o dia. A boa sorte e a má sorte eram assinaladas com os símbolos
Os sacerdotes que elaboraram o calendário tinham suas razões para definir dias propícios ou não. Por exemplo, o dia 19 do mês de Toth, completamente afortunado e, segundo o papiro Sallier IV, este era um dia de festa no Céu e na Terra na presença de Rá. O dia 26, ao contrário, era um dia ruim, dia que lembrava a batalha entre Hórus e Seth: era um dia de fazer oferendas a Osíris e Toth mas completamente inadequado para qualquer tipo de trabalho.
O dia 20 de Toth era desfavorável para receber estrangeiros. No mês de Paophi, nascer no dia 4 era vaticínio de morte por doença. No quinto dia, devia-se evitar as relações sexuais e os nascidos nesse dia morreriam por excesso de luxúria. Já os nascidos em 9 de setembro, morreriam em idade avançada. No mês de Hator, No 5º dia, não era recomendável acender o fogo em casa e no 16º dia era proibido ouvir música. Os nascidos no dia 26, morreriam afogados.
ANIMAIS SAGRADOS
Na vida futura, deuses e homens poderiam assumir formas de animais e plantas maravilhosas que lhes fossem agradáveis e essa transformação, no entendimento popular, era considerada um poder desejável. No livro dos mortos, ao menos 12 capítulos são dedicados a ensinar ao morto as palavras de encantamento necessárias à realização de uma reencarnação nessas condições: "falcão de ouro" ou "falcão divino", "governador dos príncipes soberanos", o deus portador da luz na escuridão, o lótus, a fênix, o crocodilo, um "espírito livre" ou como Ptah, deus do Tempo.
Entretanto, tudo indica que o texto do Livro dos Mortos, neste caso, refere-se a estes animais como alegorias que se referem a um estado superior de existência e não a uma reencarnação em forma animal ou mesmo assumindo personalidade divina. O Livro firma, ainda, que no Paraíso, o Espírito poderia voar ou nadar qualquer distância em qualquer direção.
Os egípcios reverenciavam certos animais. O povo, considerava estes animais como encarnações de deuses; magos e pessoas mais cultas, entendiam, mais acertadamente, que aqueles animais representavam manifestações de qualidades dos deuses. Quando um animal sagrado morria, as qualidades do deus que ele [o animal] simbolizava eram transferidas para outro indivíduo da mesma espécie, reencarnação do que morrera. O animal morto recebia a honra da mumificação.
Eram sagrados: o touro e a vaca, representantes da força física e de procriação; o crocodilo, reverenciado como uma espécie de rei das águas fluviais e identificado com o deus Sobek; outra potência dos rios, era o hipopótamo, relacionado à deusa Tauret e à gestação. Os gatos simbolizavam a deusa Bastet. O escaravelho era associado a Rá, o Sol. Anúbis tinha cabeça de chacal, animal que rondava os cemitérios sendo, assim, apropriadamente ligado àquele deus que presidia a morte. [BBC HISTORY]
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